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"Entre livros nasci. Entre livros me criei. Entre livros me formei. Entre livros me tornei. Enquanto lia o livro, lia-me, a mim, o livro. Hoje não há como separar: o livro sou eu - Bibliotecária por opção, paixão e convicção".

Lemos porque a necessidade de desvendar e questionar o desconhecido é muito forte em nós”

"O universo literário é sempre uma caixinha de surpresas, em que o leitor aos poucos vai recolhendo retalhos. Livros, textos, frases, poemas, enfim, variadas formas de expressão que vão compondo a colcha de retalhos de uma vida entre livros. É o que se propõe".

Inajá Martins de Almeida

assim...

"Quem me dera fossem minhas palavras escritas. Que fossem gravadas num livro, com pena de ferro e com chumbo. Para sempre fossem esculpidas na rocha! (Jó 19:23/24)

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“Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância.”

Fernando Pessoa - Poeta e escritor português (1888 - 1935)

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domingo, 29 de dezembro de 2024

CHEGA DE BAGAGEM PESADA

reflexão por Inajá Martins de Almeida


Quantas vezes a jornada nos impõe bagagens que nem ao menos supomos leves ou pesadas; só o saberemos quando o avançar nos cobra, quando uma mensagem nos encontra e nos diz aquilo que não tínhamos coragem de dizer, aquilo que o cansaço nos imputa pesos desnecessários. 

Cora Coralina já se expressara de que não queria mais bagagens pesadas, só aquilo que conseguisse carregar, agora, Caio nos alerta sobre pesos e dores desnecessários.

O findar do ano de 2024 se aproxima. Horas derradeiras conclamam novas metas, novos rumos, novas perspectivas. Momento de esvaziar malas, limpar armários, lançar para fora papéis velhos, ressignificar novos. Roupas rotas, amassadas, desconfiguradas, possivelmente encontrarão novas moradas, exercerão novos papéis. 

O caderno apresenta páginas em branco para serem utilizadas com novas possibilidades, amigos que possam ser alcançados durante a trajetória futura. 

Eis que estou aqui a planejar minha rota para 2025, onde não haja pesos e, se houver, que o vento leve, pois que não tenho tanto tempo mais para fardos desnecessários, falas que não possam corresponder aos anseios da leveza.

Esvaziei a mala do passado. Apenas o aprendizado permaneceu, dores, lágrimas, fugas, distâncias e tudo o que corroeu o coração, foi deixado para traz, agora só o vislumbre do novo que possa agregar situações novas, sonhos, realizações.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

LIGUE-ME QUANDO QUISER

 Reflexão por Inajá Martins de Almeida


Encontros expressam o que a alma, nem sempre, consegue colocar em palavras.

O grande escritor José Saramago, se vê a imaginar o gosto de uma ligação, gesto tão simples, mas que consigo pode acarretar falta de interesse, quem sabe.

Mas... Será que esse mesmo desejo pode nos alcançar também? 

Sem dúvida! 

Horas a imaginar o toque suave do chamado. O alô do outro lado a questionar - como vai? O som abafado da voz, aos sussurros abafados, embargados, enclausurado, num corpo  a ansiar pelo abraço, pelo aperto de mãos que, a muito, se tornou frio, vazio do aconchego de outrora. Uma comunicação suspensa, pela longa ausência de palavras, de como vai... de trocas de vivências que a muito não se faz interessante e necessária, para um dos lados; com certeza aquele que ávido espera pacientemente.

Motivos para tal, qual necessidade teria? Questões que se fazem prementes quando da ausência demorada, dos dias que seguem silentes. Natal, aniversário, dias especiais. Não haveria obrigatoriedade, apenas o saber ser lembrado, o coração já saltaria em palpitação acelerada, o rosto resplandeceria de alegria a se tornar visível. 

Seria essa espera exigir o impossível? Seria um gesto simples e tão pequeno de acionar o número registrado no celular, o não fazer? Seria pois descaso, desconexão com um passado tão significativo para ambos? Seria, pois, possível romper um laço que se formou através de um cordão, de um DNA? 

Mas, ainda que possa aparentar um gesto apenas obrigatório, já bastaria para que o coração de uma mãe, de um pai, tornasse a palpitar com alegria infinita. Gesto de caridade até, de bondade, de empatia.

Saramago entendeu a complexidade da comunicação. Não exigiu a aparência, a sede, ou até a invenção do que não existe.

Mas... como tempos fluídicos, em que o fio cibernético abrevia distâncias, o desejo de se fazer presente, de poder estar próximo, quiçá, na maioria das vezes, inexiste.  

Que pena que o ligue-me quando quiser, pode ocorrer tardiamente, quando já não se espera mais. 


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Breve reflexão neste findar de Natal/2024
Ano Novo se aproxima. Novas perspectivas de renovo. Novas expectativas que almejam respostas, novas páginas por serem escritas. 


quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

UMA JANELA PARA O HORIZONTE

por Inajá Martins de Almeida


A janela aberta, reflete a alma da poeta que se inspira na paisagem bucólica.

Flores respiram a natureza que se mantém agradecida ao Criador.

Mesa, cadeiras postas, vasos e suas flores radiosas em tom rosa, alegram o ambiente que aguarda aqueles que nem sempre vem.

É Natal. Os sinos tocam. A mesa aguarda silente. As cadeiras vazias descansam. A janela se mantém aberta ao horizonte que espera pacientemente.

Mas... porque é Natal, os sinos replicam sem parar o som melodioso do Universo. As montanhas se elevam aos céus em agradecimento, majestosas, suntuosas pela magnanimidade do Eterno.

E é Natal. Mais um Natal. Mais uma esperança que se perde no horizonte. Mais um alô que não chega. Mais uma expectativa que se frustra. Mais uma cadeira a se manter vazia.

Mas... Como é Natal, renovo, esperança se multiplicam no aguardo de que o Natal vindouro possa preencher vazios, concluir capítulos inacabados, resolver situações não resolvidas. 

Porque, acima de tudo, o Natal consigo traz a certeza de que o Salvador se fez menino e, a todos deixou a mensagem de que, ainda que se ande pelo vale da sombra da morte, ainda que a tristeza e o choro possam durar uma noite, que não se turbem os corações.

Este é o sentido e o espírito do Natal - a certeza de que há um caminho, uma verdade e uma vida que se pode seguir, sempre. 
       


terça-feira, 25 de junho de 2024

VII GRANDES MULHERES NA LITERATURA - Casa do Poeta de Ribeirão Preto

 

VII GRANDES MULHERES NA LITERATURA - Casa do Poeta de Ribeirão Preto



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Sobrinhos presentes. Alegria contagiante em cada olhar. Família - ainda que impossibilitados de comparecer o filho, nora e neta, e a prima sempre presente - a prestigiar o momento tão expressivo e marcante que permanecerá em minha memória, nas fotos e neste blog. Sensação imemorável de comoção e emoção.l



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Singela homenagem pude ser agraciada, através da minha grande amiga e querida Maris Ester Souza e os amigos da Casa do Poeta de Ribeirão Preto. 

No ar, forte comoção invade o ambiente. Rostos vibrantes. Alegria contagiante. Falas expressivas dedicadas a todas as doze participantes desta VII edição das GRANDES MULHERES NA LITERATURA.

As fotos demonstram cada situação, cada momento que se multiplica em expectativa, aplausos, abraços.



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Estar ao lado de grandes expressões da vida literária, me foi de grande emoção e comoção, pois que se escrevo que entre livros nasci, entre livros me criei, entre livros me formei, posso agora, sair dos bastidores e me aventurar a me tornar livro também. Esta é a meta: ser livro 


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O facebook replica fotos, mensagens acaloradas. Esta, Galeno Amorim faz menção ao trabalho de todas as participantes, tanto as escritoras expressivas, quanto aquelas que, nos bastidores podem alavancar o universo literário através de seus trabalhos, dons e talentos.



O diploma, a mim conferido, pode representar o ser, estar e o fazer bibliotecária, profissão esta que me chegou através da opção, paixão e convicção, como gosto de referenciar minha escolha.

Assim é que, neste dia, estar ao lado de grandes expressões na literatura e das artes, poder ser ativista cultural, como bibliotecária, quando o passado me possibilitou a oportunidade de participar de projeto ousado sob o inspiração e comando do então Secretário da Cultura Galeno Amorim -  Ribeirão das Letras - Projeto Bibliotecas -  na criação de oitenta bibliotecas num período entre 2000 à 2004, representa o reconhecimento de um trabalho de dedicação em atividades diversas dentro da área da Biblioteconomia e Documentação, título este que me representa e me representará para sempre.   

A gratidão aflora meu ser em sua plenitude. 
Gratidão aos amigos que fizeram parte dessa jornada entre linhas e livros.
Gratidão pelos amigos que permaneceram fiéis, ainda que distante no tempo e espaço.
Gratidão pelo retorno e pela expectativa de que o tempo pode, consigo,  acarretar encontros e linhas a se multiplicarem, pois que a possibilidade assim o permite.
Gratidão a grande amiga que esteve presente nos momentos mais marcantes na construção desse relevante projeto - Maris Ester.
Gratidão e grande respeito ao Galeno Amorim, sempre pontual e deliciado em sua fala encorajadora.
Gratidão a Casa do Poeta e do Escritor, com seus queridos membros; inesquecíveis lembranças de momentos singulares
Enfim, gratidão a uma cidade - Ribeirão Preto - que tão bem me acolheu, e que, por um período de vinte e cinco anos, proporcionou-me rico aprendizado na área escolhida, assim como, me deu a oportunidade em transitar entre a arte em suas expressões magnas: literatura, música, teatro, pintura, dança.
Ademais, gratidão pela oportunidade, também de, ao estar entre livros e linhas, aventurar-me na escrita, pois que percebi que já não mais me basta o estar entre livros nas estantes, participar de todo processo técnico, mas entender que as linhas me requerem linhas que, se transformam em textos, blogs e livros. O primeiro já está editado - Álbum das Bandas de Araras - e outros, nos bastidores, clamam por edição.

Assim é que a responsabilidade do diploma outorgado, a menção de ser ativista cultural e bibliotecária, a partir deste momento, abre-me imenso leque em perspectiva e oportunidade, as quais estou a levar avante.

Gratidão eterna, por este momento tão marcante em minha jornada.

Gratidão eterna aos meus pais que tão bem souberam me conduzir às linhas e letras, para que eu pudesse chegar até aqui.

Gratidão a Deus que tão bem sabe o propósito de nossos corações, levando-me a seguir avante nesta jornada que se estende em sete décadas, com a perspectiva e prerrogativa de alguns anos a mais. 
        

quarta-feira, 22 de maio de 2024

O CONCERTO DESTE MUNDO

 Para mim é surpreendente quando uma mensagem me encontra e me escreve, fala por mim, ainda mais quando essa fala vem complementada por uma imagem; imagem essa que representa o que toca profundamente minha alma, meu sentir musical.

Assim, as palavras fluem e passam a representar o que me vai interior adentro e passo a escrever...


Sim, poeta, filósofo, cada qual a seu modo sabe a maneira de se expressar: uns com tinta e pincel, outros com lápis e papel; outros mais com instrumentos musicais; tantos mais anônimos, nas construções, nos hospitais, nas escolas, nas ruas, por terra, céu e mar, em toda parte do planeta, em uníssono numa grande e majestosa sinfonia, cada qual, a seu modo, a desfrutar do instrumento que lhe foi designado, representando o papel neste grande teatro que se chama vida. 

Todos, enfim, chamados para o grande concerto, através da infinidade de mãos 

Esta é a representação do que podemos imaginar, a construção da grande humanidade universal, quando a forma foi dada ao caos que pairava sobre a terra.

Assim deve ser o concerto deste mundo, onde cada qual pode, e deve, utilizar e interpretar seu papel da melhor maneira possível.

Uma imagem, uma mensagem há que nos representar, quando nos propomos receptivos ao clamor do universo que nos convida a ser partícipes da grande obra universal. 

Ademais, pode uma imagem representar mais de mil palavras? E, além disso, algumas breves palavras podem configurar outras tantas palavras? 

Ao leitor atento, sim, pois que o que se escreve há que ser uma ponte que se leva ao além da frase. 

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E os encontros percorrem linhas cibernéticas, além das imagens e encontra O Jardineiro que questiona:



Quem és tu, leitor, lendo meus poemas daqui a cem anos?
Não posso enviar-te uma única flor desta riqueza da primavera, uma única faixa de ouro das nuvens.
Abre tuas portas e olha para o exterior.
Do teu jardim florescente, reúne memórias fragrantes das flores desaparecidas de cem anos antes.
Na alegria de teu coração, sente a alegria viva que cantou numa manhã de primavera, enviando sua voz alegre por cem anos.

— O Jardineiro, 1915.[68]


 in:- https://pt.wikipedia.org/wiki/Rabindranath_Tagore

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Realmente, cá estou eu decorridos mais de uma década entre 1915/2024 a ler, interpretar e colocar alguma fala própria sobre a sua fala e posso também me perguntar:


- Quem sou eu ante seus poemas?

- Quem sou eu, tua leitora, ante as flores que desapareceram nessas minhas sete décadas, através das minhas memórias - quantas fugidias -
fragmentos de lembranças que se perdem pelos jardins que se apagaram pelos caminhos por onde passei.

- Quem sou eu e, ante as conjecturas, passo a perceber que a primavera em mim deixou alegria de poder colher flores neste outono dessa existência por entre as linhas bordadas e perfumadas por fragrâncias multicores.

Ah! poeta, quem dera minhas linhas alcançassem as nuvens e os filamentos dourados pudessem escrever o quanto me foi agradável o encontro, decorridos cem anos entre ti e esta leitora.   

O quanto o questionar me trouxe o embalo para motivar estas linhas e poder abrir minhas portas para apreciar a grandiosidade de tudo quanto me cerca fora meu próprio interior. 

Sou essa sua leitora que sabe apreciar o perfume da flor, ainda que no imaginário; a sonoridade da métrica contida no verso, a voz suave que permanece no espaço e me chega aos ouvidos neste agora. 

Assim, sou essa sua leitora lendo seu poema de cem anos atrás.     

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Imagem capturada da internet
Tema sobre a filosofia de Rabindranath Tagore - 1861 / 1941





quinta-feira, 25 de abril de 2024

AO RAIAR DO DIA

Amanhecer com esse espetáculo adentrando seu quarto é algo que estasia a alma.
A noite reflete seus últimos momentos.
A janela entreaberta, as luzes do condomínio e do cenário à distância, denotam o silêncio que permitiu a noite tranquila de sono reparador.
A lua cheia, rosada, permanece no firmamento, orgulhosa de si, do seu brilho resplandecente ao se deixar fotografar.
A oportunidade me é benéfica. Apenas alguns dias neste espaço, o amanhecer se abre inigualável aos outros tantos que nos encontrarão.
O registro em foto se fez necessário. A captura neste espaço irá perpetuar a cena, que permanecerá, ainda que a memória traia em se esquecer. 
 

clique na foto para ampliá-la
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foto e registro de Inajá Martins de Almeida
25/04/2024 - quinta-feira





domingo, 10 de março de 2024

MODERNIDADE LÍQUIDA




Um dos maiores pensadores do século XX, Zygmunt Bauman, sociólogo e filósofo polonês, alertava-nos para uma “Modernidade Líquida”, em que tudo era imediatismo e fluídico. Nada era para sempre. O mais interessante, que encontrei uma frase que diz muito sobre nossa realidade e muito também, sobre cada um de nós:

“O velho limite sagrado entre o horário de trabalho e o tempo pessoal desapareceu. Estamos permanentemente disponíveis, sempre no posto de trabalho”.

Agora a questão é:

- Será que estamos sempre disponíveis para o trabalho e indisponíveis para uma convivência, para um telefonema, um abraço apertado, uma visita esperada e aguardada?

- Será que não é possível colocar limites aos nossos horários e ao nosso tempo pessoal?

- Seria mesmo possível nosso tempo pessoal desaparecer, ou apenas um subterfúgio numa modernidade cada vez mais fluídica, imediatista? 

- Seriam mesmo esses tempos modernos tão fluídicos assim, ao ponto de nos amoldar em horas intermináveis de trabalho, quando há leis que regem o trabalho?

Bom... É um caso a ser pensado. Bauman partiu, mas deixou-nos legado de sua vasta existência para que não perdêssemos “a arte das relações sociais e da amizade”.

Texto de Inajá Martins de Almeida


quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

QUANDO A MÚSICA ROMPE NOSSO SILÊNCIO

Quantas vezes o silêncio nos desperta. O silêncio fala por nós. O silêncio fala para nós. Quantas vezes.

Quantas vezes, a pintura que percorre espaços, o teatro a traduzir em sons, a expressão máxima da melodia, ao silenciar do intérprete. Quantas vezes. 

Quantas vezes podemos romper nosso silêncio, por meio do silêncio que a música nos evoca. Quantas vezes. 

David e Rafaela - pai e filha - 

a se expressarem ante o pincel e instrumentos musicais. 

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Sim...

Porque muitas das vezes é a música que traduz nossos silêncios, quando a ela nos entregamos em meio aos nossos silêncios.  


segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

PIANO... PIANÍSSIMO...

O som do silêncio desta tarde, me leva aos encontros.

Notas ao vento, de outrora, podem me embalar neste agora.

Primeiro dia do ano de 2024, lembranças me trazem, me completam, me inspiram, me transportam e busco os encontros de momentos passados, tão presentes nessas capturas de telas.

E a saudade me renova alma, me acalma, me faz transpor momentos singulares de uma vida a dois.

O piano, silente, me espera e me corresponde quando me achego.

Neste agora, só o tic-tic do teclado me remete às linhas que componho e me alegram.

É o ano que se inicia e me conduz aos 366 dias em branco que me aguardam.

Os registros apenas estão no começo. Muitos mais os terei.


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captura de tela, montagem e texto de Inajá Martins de Almeida


  





segunda-feira, 18 de setembro de 2023

EUDÓXIA DE BARROS RECITAL TEATRO ESTADUAL DE ARARAS - 15/09/2023

Teatro Estadual de Araras Maestro Francisco Paulo Russo - 15/09/2023.


"Eudóxia de Barros é um clássico da música e do piano. Tem o dom da atemporalidade. 

Quando Eudóxia toca, o que comunica ao público é música pura e profunda de incomparável transparência, sonoridade e beleza".

in: "Valeu a pena?: conversando com Eudóxia de Barros - Rosângela Paciello Pupo

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Ambiente acolhedor. Platéia expressiva. Lá estávamos nós - Matilde e eu - na primeira fileira. Jamais isso ocorrera, mas a ocasião era de grande expectativa. Queríamos absorver cada movimento. Detalhe algum poderia estar ausente de nossa espera. E, realmente tudo superou nossos anseios.



toque na foto para ampliá-la


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No saguão fizemos amizade com o professor de piano, Giovani, e pudemos acompanhar, ao seu lado, o mover de dedos para lá e para cá, quando a replicar a concertista no palco, o amante da música, na platéia. Momento singular, digno de registro.

A troca de emoções. O Álbum das Bandas de Araras, o qual entregamos, para que Eudóxia levasse um pouco de nossa cultura musical, nos foi significativo.

Ademais, ter em mãos sua biografia,  num belíssimo livro de 360 páginas, ricamente ilustrado e recheado de aprendizado valioso,  autografado, é algo inenarrável.

 O tempo passará, mas o registro ultrapassará os anos. 

Em novembro de 2014 na cidade de São Carlos, tive a grata satisfação de vê-la pela primeira vez. Comigo o DVD me acompanha.

Agora, nesse 15 de setembro de 2023, a emoção tomou  conta de forma a mais calorosa que poderia imaginar. O contato físico, o abraço caloroso, o sorriso terno ficará marcado para os anos vindouros dentro de mim.

Sou toda agradecimento pela oportunidade tão rica, num momento tão importante quanto este.  












domingo, 23 de abril de 2023

O QUE LEVAREI EM MINHA BAGAGEM?

Encontros me são inspiradores. O escritor, editor e amigo virtual João Scortecci é essa possibilidade de adentrar meu interior, minha veia escritora, sem o ser, sem o ter livros editados, e, abduzir-me à minha imaginação e me conduzir às linhas.

Assim é que, nesta manhã de domingo, ao adentrar o facebook, logo nos primeiros momentos do dia, sou raptada a refletir ante algumas proposituras: 

Quando vier meu momento de traslado, quem sabe raptada ou abduzida for, o que poderei levar em minha bagagem?

Questiono-me. Interrogo-me. Conjecturo...

Quiçá tantas memórias contidas; lembranças tantas; sonhos realizados, alguns inconclusos; desvios de caminhos, de rotas, de metas. 

Quiçá muros intransponíveis, quem sabe. Quem sabe algumas pontes construídas.

Quiçá livros não lidos e também não escritos.

    










O INFINITO EM NÓS

Quantas vezes não nos damos conta do tempo, até que, ao retornar às nossas escritas, às nossas publicações, às nossas reflexões, percebemos que o tempo se conta em dias, e anos. 

Assim é que, aqui estou, após longa jornada de ausência.


"Às vezes a lua fica em forma de vírgula, para mostrar que o infinito não tem ponto final!


Aqui estou a reflexionar, nesta manhã clara e límpida de domingo, quando uma frase me chama às linhas. E escrevo: ...

Aprecio por demais as publicações que me encontram e me trazem a possibilidade de reflexão, ir além das palavras, das vírgulas, dos pontos finais. 

Algumas publicações, é o caso desta que registro, levam-me além das vírgulas; transformam-me em reticências, quando o silêncio corta a continuidade da fala. 

Os 360 graus que nos dá a possibilidade de retornar ao local da partida, quando a lua cheia nos permite o espetáculo da luminosidade em meio a escuridão da noite - a escuridão dos nossos pensamentos, dos nossos temores internos, quem sabe.

Realmente, a vírgula nos proporciona a dimensão de infinito, da continuidade de propósito, de aspiração, de querer alcançar horizontes inimagináveis. O infinito que nos proporciona a dimensão clara de que, ainda que sejamos finitos, o infinito nos contempla e nos dá sinais claros de que podemos sempre recomeçar no lugar de origem, quando podemos interpretar os sinais que o universo nos proporciona.

A vírgula, ao nos proporcionar a dimensão do infinito ... 


segunda-feira, 14 de setembro de 2020

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

SOU O LIVRO

 Não há como passar em branco os 15 de cada mês. Não há como dizer o que sou, pois se não digo, quem me olhar irá concordar com o que digo de mim:

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"Sou páginas de um original engavetado, esquecido, tantas vezes, seu objetivo principal.
Sou as laudas que vi nascer em mim; tempo passado e presente resgatados, a tecer palavras neste agora.
Sou o Livro que almeja ser editado.

por Inajá Martins de Almeida

segunda-feira, 16 de setembro de 2019


Desafio deste dia 16/09/2019 - Café do Escritor - Aforisma
Belíssimo trabalho de arte do mestre Robertson Frizero



Um ano sem você meu companheiro... Você me incentivou as frases curtas, de impacto. Esta é uma das que mais aprecio. Esta é para você...

RECOMEÇOS


Por Inajá Martins de Almeida


Espaços vazios brotaram em mim. Há pouco, aquela que me trouxera à vida, entrega a sua. Meu pai, esposo amante, a um canto, abstém-se da realidade; enclausura-se num universo impenetrável. Meu filho e a noiva, fazem planos para um futuro breve. Nesse cenário, quando almejo um ponto final a mim, uma voz sussurra:

_ Você quer ser minha...? Olhares se deixam cruzar.


Eu, que julgara não mais a possibilidade dos recomeços, entrego-me a ele. E ao sim, de livre e espontânea vontade, novos cenários me permitiram um segundo ato, quando passamos a escrever nova história a dois. 


Frizero faz um comentário : excelente texto, apenas algumas palavras diferenciadas no texto, e pontuação, os quais foram revistos e modificados

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Exatos um ano do falecimento daquele que me foi presente nesses últimos anos (maio 2005/setembro 2018).
O desafio do Café do Escritor, descrever um protagonista em exatas 100 palavras.  

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Outro Desafio - desta feita um aforismo

"Transformar sonho em ação requer atitude, a fim de se perceber na vida que pulsa". Inajá Martins de Almeida (16/09/2019) 


quinta-feira, 12 de setembro de 2019

MOMENTOS CRUCIAIS


Por Inajá Martins de Almeida


Mulheres enfileiradas
Uma a uma amparadas
Aos braços de seus amados
Em breve de si separados.


Mulheres amadas
De esperanças armadas
não se deixam intimidar
Ao seu inteiro doar.

Mulheres irmanadas
Em lágrimas sufocadas
Num silêncio sepulcral
Ante a entrega sacrificial.

Logo mais desamparadas
Clamam, harmoniosos seus ais,
_ Clemência! Almejamos paz.

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Novo desafio no "Café do Escritor"

professor Frizero ao analisar me diz:
_ O teu melhor texto publicado aqui até agora. Incrível. 

A proposta era escrever algo sobre a imagem que nos apresentou. Mulheres se despedindo dos seus amados, num navio na Segunda Guerra Mundial.

CIRANDA, CIRANDINHA

Ciranda, cirandinha
Desse tempo, relembrar
E a volta na ciranda
Vamos todos a sonhar


O anel numa caixinha
A menina o guardou
E ao voltar naquele tempo
O amor não se apagou.

A lembrança do passado
A menina resgatou
Na cantiga de criança
Da caixinha se soltou.


Por isso vamos todos
Dar a volta, a volta dar
Nesta doce cirandinha
Que Frizero fez lembrar.

Surpresa todo dia
Desafia a nos encontrar
Na ciranda cirandinha
Gira, volta a cantar.

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Élvio, um ano sem você.
A saudade só aumenta
meu coração lamenta
tanto tempo perdido assim.

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Desafio escrita criativa, grupo "Café do Escritor", 12/09/2019

Frizero assim se expressa:

"Muito doce!
E eu entrando em vários textos como Pilatos no Credum...
Adorei!"

e continua...

"Qualquer dia um vai esquecer e mandar para um concurso literário um texto com e então o Frizero lá no meio... Os jurados não vão entender nada."


sábado, 10 de agosto de 2019

APRENDIZADO


"Acontecimentos desagradáveis, transformam-se em aprendizado, quando se almeja aprender."

por Inajá Martins de Almeida



Este fora o desafio deste dia - 10/08/2091 - "Café do Escritor" - Mestre Robertson Frizero.

quarta-feira, 31 de julho de 2019

NOITE DE INSÔNIA

por Inajá Martins de Almeida



Noite de insônia
torna-me viajante no tempo.

Distante de ti, de mim, vejo 
se apartarem teus olhos; 

- quiçá, no horizonte, 
saudade de mim, permaneça.

Vazias, minhas mãos, saboreiam a ardência das tuas 


a me buscar, frenéticas,
na noite que se vai insone.

E, ao sentir tua presença, 
em sonho, tão real

a linha divisória, que nos distancia, 
jamais conseguirá, de mim levar 

a tênue lembrança do amor
- aquele que nos fora tão intenso -


e, ainda que a brutal enfermidade
o tenha apartado do nosso convívio,

o cheiro agradável do teu toque
se fará sentir, eternamente,

na distância que nos aproxima, visceral, 
em cada noite de insônia.


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O desafio que o mestre, escritor, poeta e professor nos traz neste dia  31 de julho, com seu desafio criativo, inspirou-me as linhas, tendo como pano de fundo os belíssimos poemas do poeta e a lembrança do marido que me faz companhia no virtual e que tão real a mim.