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"Entre livros nasci. Entre livros me criei. Entre livros me formei. Entre livros me tornei. Enquanto lia o livro, lia-me, a mim, o livro. Hoje não há como separar: o livro sou eu - Bibliotecária por opção, paixão e convicção".

Lemos porque a necessidade de desvendar e questionar o desconhecido é muito forte em nós”

"O universo literário é sempre uma caixinha de surpresas, em que o leitor aos poucos vai recolhendo retalhos. Livros, textos, frases, poemas, enfim, variadas formas de expressão que vão compondo a colcha de retalhos de uma vida entre livros. É o que se propõe".

Inajá Martins de Almeida

assim...

"Quem me dera fossem minhas palavras escritas. Que fossem gravadas num livro, com pena de ferro e com chumbo. Para sempre fossem esculpidas na rocha! (Jó 19:23/24)

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“Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância.”

Fernando Pessoa - Poeta e escritor português (1888 - 1935)

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terça-feira, 27 de julho de 2010

PLANTAS ABENÇOADAS - José Luis Rabello

Não há como não se encantar com a delicadeza das fotos, o formato do livro, as orientações, o aprendizado. Um verdadeiro passeio pelo campo, em busca da natureza que salva. Plantas medicinais agora ao alcance do leitor. 
Não há como não se envolver com as páginas. Não há como deixar de se irmanar a Zé Mateiro:

"É aqui, no meio do mato, que eu procuro o Pai, que eu me inspiro para iniciar mais um dia. Aqui, é onde fico apreciando a obra de Deus, a natureza, nas suas mais belas e delicadas formas. Fico, aqui, ouvindo o barulho do vento nas árvores, das águas correndo em seu leito e, dos pássaros que cantam e encantam a todos..."

Abençoadas plantas; plantas abençoadas.


(comentários Inajá Martins de Almeida)
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Rabello, José Luis.   Plantas abençoadas.   /  José Luis Rabello: São Carlos, SP: BN, 2009. 

terça-feira, 13 de julho de 2010

O MUNDO DE SOFIA - Jostein Gaarder

"Quem, de três milênios,
Não é capaz de se dar conta
Vive na ignorância, na sombra,
À mercê dos dias, do tempo".


Johann Wolfgang von Goethe


Como uma menina, prestes a completar quinze anos, se envolve numa trama tão fascinante quando passa a receber aulas de filosofia através de estranhas correspondências?
É possível nos admirarmos com as coisas que nos rodeiam?
Será que é mais inteligente aquele que sabe que não sabe? 
Os questionamentos não apenas envolvem a personagem, como seus leitores também, através daqueles bilhetes contagiantes, daqueles textos tão bem formatados e explicativos dum tempo remoto que a história conta e que marcas significativas deixaram. 
O mundo da filosofia, sua história, seus filósofos marcantes e intrigantes, dos pré-socráticos até a modernidade é uma verdadeira epopéia de fatos, acontecimentos, personagens brilhantes que fazem com que adentremos a história e busquemos subsídios para que o conhecimento ali adquirido possa ser ampliado, através de leituras paralelas. 
Platão com seu mundo das idéias traz uma nova expressão para esta que escreve e que encontra um fundamento cabível e excepcional nas palavras tão bem escritas pelo autor. 
"O anseio de retornar à verdadeira morada da alma. Platão denominava este anseio, esta saudade, de eros, que significa amor... Nas asas do amor, a alma deseja voar "de volta para casa", para o mundo das idéias. Ela quer se libertar do cárcere do corpo", encontra eco dentro de mim, quando vez ou outra me encontro a falar de uma saudade inexplicável, intangível, inalcançável, insaciável. Uma saudade que dói n'alma. Agora posso imaginar ser  o retorno ao lar. 
Não há como continuar na caverna, após adentrar página a página, mais de quinhentas, leitura após leitura, conversas após conversas trocadas, sem que uma transformação visível aconteça.
Não há como deixar de ser partícipe da obra do autor. 
Não há como não se reescrever um novo livro em cada vida. 
Não há como não se sentir um pouco Sofia. 
Não há como não se sentir um pouco Jostein. 


comentários de Inajá Martins de Almeida
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Gaarder, Jostein.  O mundo de Sofia: romance da história da filosofia.   /  Josteins Gaarder;  tradução João Azenha Jr. - São Paulo: Companhia das Letras, 1995.     

segunda-feira, 5 de julho de 2010

QUERO - Maria Aparecida de Arruda Leme

A palavra tem o dom de se transformar, ora em prosa, ora em verso e procurar seus afins. Amantes das letras, podem ser encontrados em todas as partes do planeta, ao mesmo tempo em que Editoras se proliferam, e buscam pessoas nos bastidores dos palcos da palavra, numa época em que se busca a leitura, como o ar que se respira. 
Desbravadores no universo infindável e ilimitado das letras, escritores anônimos, buscam se eternizar através da escrita, das composições literárias, dos textos que são colocados em blogs, em sites diversos, em livros de antologias é o caso de Maria Aparecida - amiga, pessoa carismática, dona de casa, mãe, irmã - que se deleitava com suas composições, as quais disseminava por meio de jornais, revistas, em rádios.
Que surpresa, quando seu nome é selecionado para figurar entre tantos, numa Antologia que presentearia os 450 anos da cidade de São Paulo, ao mesmo tempo em que encontraria esta que escreve. 
A poetisa já não se encontra mais em nosso convívio, mas, quero agora, registrar minha admiração e agradecimento pelo momento em que passamos juntas; foi um contato rápido, entretanto, suficiente para deixar rastros, para serem inesquecíveis. 
Assim, também "quero" homenagear com seu próprio cântico a continuidade da vida. 


comentários de Inajá Martins de Almeida

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QUERO 

Quero amar a vida que é bela,
Quero desejar o amor que é tão singelo,
Quero sofrer as consequências de amar,
Quero beijar as flores lindas que vejo no ar.

Quero andar pelos caminhos da paz,
Quero caminhar pela estrada da vida,
Quero sorrir junto com você, amor da minha vida!

Quero levantar bem cedo para sentir o cheiro bom,
Quero acordar de manhã com o perfume do ar,
Quero sair logo para aproveitar melhor a vida,
Quero voltar rápido para te ver acordando.   

Quero cantar as canções do meu ídolo,
Quero emocionar a todos com meu canto,
Quero surpreender meu amor no seu leito,
Quero saborear o mel dos seus beijos...

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Leme, Maria Aparecida de Arruda.   Quero   /  Maria Aparecida de Arruda.  In:  São Paulo em prosa e verso: antologia literária.  -  Rio de Janeiro: Litteris Ed.  2004.