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"Entre livros nasci. Entre livros me criei. Entre livros me formei. Entre livros me tornei. Enquanto lia o livro, lia-me, a mim, o livro. Hoje não há como separar: o livro sou eu - Bibliotecária por opção, paixão e convicção".

Lemos porque a necessidade de desvendar e questionar o desconhecido é muito forte em nós”

"O universo literário é sempre uma caixinha de surpresas, em que o leitor aos poucos vai recolhendo retalhos. Livros, textos, frases, poemas, enfim, variadas formas de expressão que vão compondo a colcha de retalhos de uma vida entre livros. É o que se propõe".

Inajá Martins de Almeida

assim...

"Quem me dera fossem minhas palavras escritas. Que fossem gravadas num livro, com pena de ferro e com chumbo. Para sempre fossem esculpidas na rocha! (Jó 19:23/24)

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“Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância.”

Fernando Pessoa - Poeta e escritor português (1888 - 1935)

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quinta-feira, 25 de março de 2010

QUANDO FECHAMOS O LIVRO

“Após a leitura de um livro, sua releitura acontece. Nas entrelinhas e na reflexão do raciocínio, é que se pode degustar a corrente de pensamento do autor e encontrar um leque de opções e adaptações, na concepção individual do leitor. É quando se fecha um livro, que o mesmo acontece."
Inajá Martins de Almeida

TECENDO O SER

Nas linhas do pensamento,
Tecendo o universo,
O espaço infinito avançando,
Criando,
Unindo,
Costurando,
A vida segue.

No tempo navegando,
Retalhos de dias, meses e anos;
No rolar dos ponteiros mecânicos,
Contando, 
Acumulando ou 
Esgotando,
Estendendo ou 
Encurtando.




Alguns passando, 
Transpassando, 
Indo
Sorrindo ou 
Chorando.
Cético ou orando, 
Horas passando.




Parado ou 
Viajando, 
Quieto ou falando,
Tecendo seu eu, 
Todos caminhando,
Nesta nave voando
Sem ou querendo,
Não ou gostando,
Nesta nave voando.

Asas recolhidas na rota do eterno,
Sem ou querendo, 
lendo e tecendo,
Pelas janelas abertas, suas verdades,
Dentro ou fora
Olhando a desconhecida realidade.

Agradecendo a Deus,
Ou sendo em si falível deus.

Tecendo, subindo ou descendo,
Alguns caminhando.
Outros apenas vendo.
Para muitos é ilusão,
a realidade de si fugindo.

Lendo e tecendo,
Não ou querendo.

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Nota-se na primeira estrofe que o autor se coloca a pensar e faz suas próprias conjeturas com relação ao universo e percebe que este jamais estanca; está sempre a fluir. O curso da existência segue.


No decurso da segunda estrofe, percebemos que nos dias passados, retalhos de impressões são acumulados. O relógio do tempo não pára. Enquanto alguns agregam valores a seus dias, outros chegam a desperdiçá-los, perde-los, até mesmo abreviando a existência.

O grito do poeta, na terceira estrofe, faz menção a quantos apenas passam pela vida. Tornam-se evasivos, insensíveis, desacreditados frente às lágrimas ou risos. Enquanto alguns questionam, tornam-se filósofos da vida, outros desperdiçam o encanto daquele breve momento que fora concedido, sim, porque o tempo que aqui se passa é um sopro mediante ao infinito.

Nas estrofes que seguem (quatro, cinco, seis e sete), entretanto, enfatiza que todos fazem parte deste planeta terreno. De uma forma ou de outra, quieto, falando, questionando ou não, todos tem de seguir o curso natural da vida. Acreditando haver um ser superior que a tudo governa e dá sentido, ou sendo em si mesmo o próprio sentido – deuses fugazes, passageiros. Alguns agradecem, outros se engrandecem. 

Quase concluindo os versos, na oitava estrofe, percebe-se o autor a mencionar os diversos tipos de comportamentos, quando ainda numa linguagem poética, aponta para aqueles que contribuem com seu próprio crescimento e dos que o cercam, em detrimento aqueles que se colocam apenas como espectadores; alguns julgam apenas ser ilusão a representação desta existência, enquanto, ainda há os que fogem de si mesmos, para não se depararem com seu próprio interior.

O desfecho, na estrofe nove, deixa bem claro: querendo ou não, abreviando ou não, a existência segue seu curso natural e o que foi continuará sendo. 

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Poema de: Elvio Antunes de Arruda
Formatado e interpretado por: Inajá Martins de Almeida

São Carlos 07/07/2010


quarta-feira, 24 de março de 2010

Dª CARMINDA - doce lembrança



"Imagine se eu pudesse desmembrar todas as lembranças que tenho!"

"O Bibliotecário não tem futuro. Ele é o futuro".

"Meu método de ensino é ensinar o aluno a pesquisar aquilo que não sabe"
(Carminda Nogueira de Castro Ferreira)




Câmara Municipal de São Carlos - 12 de março de 2010 - Dia do Bibliotecário 


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terça-feira, 23 de março de 2010

LEITURA ÚNICA


Sempre que lemos qualquer livro é uma leitura única. E se por acaso ou por gosto relermos o mesmo livro, será outra leitura novamente.
Jane Austen



MEU MAIOR SONHO


"Meu maior sonho é que possamos formar uma rede de seres humanos sem fronteiras em todas as nações, em todos os povos, em todas as religiões, em todos os meios científicos".

Augusto Cury - O vendedor de sonhos pág. 212
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Veja alguns lances da palestra realizada no Teatro La Salle na cidade de São Carlos no dia 26 de agosto de 2010
http://saocarlosemimagens.blogspot.com/2010/08/augusto-cury-palestra-sao-carlos.html


Francesco Bergamini (Escuela Italiana, 1815-1883)

O VENDEDOR DE SONHOS - Augusto Cury

"Só tinha fome de conhecimento. Digeria livros. Tive acesso a uma das mais espetaculares bibliotecas. Li dia e noite, como um asmático que procura o ar. Li mais de doze livros por mês e quase cento e cinquenta por ano. Livros de filosofia, neurociência, teologia, história, sociologia, psicologia. Li comendo, sentado, em pé, andando, correndo. Minha mente parecia uma máquina que fotografava páginas e mais páginas de conhecimento.


EVGENY BARANOV - Born - Moscou - Russia 1961

Todo esse conhecimento me ajudou a reorganizar meu passado, restaurar minhas rotas destruídas. Tornei-me assim o ser humano que vocês veem, um pequeno e imperfeito vendedor de sonhos".

Realmente surpreendente o enredo. Um maltrapilho que arrebata corações, transforma vidas, liberta pessoas de cárceres, também faz inimigos, ao mesmo tempo em que por muitos é amado. A leitura faz com que o leitor avalie seus valores, sua vida, ao mesmo tempo que encanta, faz rir e chorar.  


Seria ele um sábio ou um louco em busca de si mesmo?


"Sou apenas um caminhante
Que perdeu o medo de se perder
Estou seguro de que sou imperfeito 
Podem me chamar de louco
Podem zombar das minhas ideias
Não importa!
O que importa é que sou um caminhante
Que vende sonhos para os passantes
Não tenho bússola nem agenda
Não tenho nada, mas tenho tudo
Sou apenas um caminhante 
À procura de mim mesmo". 


Veja alguns lances da palestra realizada no Teatro La Salle na cidade de São Carlos no dia 26 de agosto de 2010
http://saocarlosemimagens.blogspot.com/2010/08/augusto-cury-palestra-sao-carlos.html

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comentários de Inajá Martins de Almeida
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Cury, Augusto. O vendedor de sonhos: o chamado  / Augusto Cury.   São Paulo: Academia de Inteligência; 2008

sábado, 20 de março de 2010

UM LIVRO TEM ALMA

Um livro aberto é um cérebro que fala;
Fechado, um amigo que espera;

Esquecido, uma alma que perdoa;

Destruído, um coração que chora.
Voltaire


Duas meninas lendo, Renoir
Iamgem: Los Angeles Museum


sábado, 6 de março de 2010

O ATO DE ESCREVER COM PROPÓSITO - Inajá Martins de Almeida

Havendo nascido entre lãs, linhas e livros a leitura me levou à escrita e me fez aproximar do escritor.
As palavras foram logo me encontrando... E me escrevendo. E eu lia... E escrevia... E apagava... E voltava a escrever... Por que escrevendo ia me conhecendo e me deixando conhecer, por aqueles que me liam.
E o pensador me dizia:
- “Gosto de escrever, porque gosto de ler o que penso”. (Elanklever)
E ao pensador eu escrevia:
- Gosto de escrever minhas impressões, porque com o passar do tempo, ao lê-las, percebo o quanto elas me foram significativas, principalmente quando as posso compartilhar com aquele que trouxe inspiração maior para a rima dos meus versos, para a expressão da minha prosa.

Livros - Sandro Boticelli
Alessandro di Mariano Filipepi - conhecido como Sandro Botticelli - Florença 1445-1510


Escrevendo posso marcar encontros com meu próprio ser e me descobrir dia após dia. Registrando minha fala, aqueles que por ventura com ela tiver contato, poderão me conhecer melhor.
Uma leitura pode nos remeter a outras tantas, se a necessidade por desvendar e questionar o desconhecido é forte em nós porque, se livros nos tornam livres e podem resgatar sonhos adormecidos, quando um se fecha, uma nova história acontece.
A linha sai das entrelinhas – torna-se artesã das palavras - e vem ocupar os palcos; a ideia central do autor dá novo colorido. A vista vai além do ponto final, pois, ainda que não as registremos no papel, uma caixinha já se abriu em nossa mente e teceu sua impressão. Já nos tornamos artífices da palavra. Daí para ser colocada no papel é apenas questão de propósito, pois como diz Saramago, “somos todos escritores, apenas uns escrevem outros não”.

Texto de Inajá Martins de Almeida