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"Entre livros nasci. Entre livros me criei. Entre livros me formei. Entre livros me tornei. Enquanto lia o livro, lia-me, a mim, o livro. Hoje não há como separar: o livro sou eu - Bibliotecária por opção, paixão e convicção".

Lemos porque a necessidade de desvendar e questionar o desconhecido é muito forte em nós”

"O universo literário é sempre uma caixinha de surpresas, em que o leitor aos poucos vai recolhendo retalhos. Livros, textos, frases, poemas, enfim, variadas formas de expressão que vão compondo a colcha de retalhos de uma vida entre livros. É o que se propõe".

Inajá Martins de Almeida

assim...

"Quem me dera fossem minhas palavras escritas. Que fossem gravadas num livro, com pena de ferro e com chumbo. Para sempre fossem esculpidas na rocha! (Jó 19:23/24)

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“Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância.”

Fernando Pessoa - Poeta e escritor português (1888 - 1935)

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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

FALANDO FORA DE HORA

- por Inajá Martins de Almeida



Falavam. Riam. Caminhavam. Amigos, mãos dadas a observar a paisagem, incansáveis.




Sonhos presente – presentes – teciam as linhas imaginárias no horizonte azul. Grossas nuvens escuras caminhavam... Não se davam conta.





Falavam. Riam. Caminhavam. 


Ao que falavam ao menos conta faziam. Quantas vezes, fora de hora falavam. Não se calavam quando exaltados os ânimos a língua, furiosa, divagava caminhos adversos.



E se magoavam sem sentido. Sem sentir se distanciavam. O amor desvanecia. Olhos choviam lágrimas. Coração brotava mágoas. Sonhos compartilhados por entre os dedos escorregavam.


O abraço apertado ansiava hora de calar.

Aos pedaços, coração sufocava pranto doído. Malas desorganizadas. Partida iminente sufocava o ar. Faltava o ar. Ou será que era A m o R demais que sufocava o ar.

Amor que sufocava o ar? Ar que faltava ao amor?

E quando se pensava que o amor viera para ficar, lá estava ele, mesmo aos pedaços escorregando entre os dedos. Falando fora de hora. Palavras desconexas. Impensadas palavras.




Soubesse agora que o falar fora de hora pudesse falar agora, na hora. 





Soubesse agora o falar fora de hora alcançar o brilho do olhar distante. 





Soubesse agora o falar fora de hora chorar o choro dos que, mesmo sem querer escorregar sonhos por entre os dedos,  conseguem enxergar, nas mãos cerradas, o coração a pulsar.   


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Linda melodia nesta manhã de sábado 22 de fevereiro de 2014. 
Manhã chuvosa. Parece que a chuva inspira. Aspira. Respira. Ah! Chuva. Fina chuva. Pingos a pingar coração doído. 
Eis que a tela traz a chuva a chorar lágrimas, na melodia, na canção, na letra. Tudo compactua saudade. Tudo inspira lembrança. Tudo aspira memória e tece. E registra. 
Será que o amigo distante iria adorar se soubesse?

Compactuo o vídeo. Linda mensagem. Linda melodia.