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"Entre livros nasci. Entre livros me criei. Entre livros me formei. Entre livros me tornei. Enquanto lia o livro, lia-me, a mim, o livro. Hoje não há como separar: o livro sou eu - Bibliotecária por opção, paixão e convicção".

Lemos porque a necessidade de desvendar e questionar o desconhecido é muito forte em nós”

"O universo literário é sempre uma caixinha de surpresas, em que o leitor aos poucos vai recolhendo retalhos. Livros, textos, frases, poemas, enfim, variadas formas de expressão que vão compondo a colcha de retalhos de uma vida entre livros. É o que se propõe".

Inajá Martins de Almeida

assim...

"Quem me dera fossem minhas palavras escritas. Que fossem gravadas num livro, com pena de ferro e com chumbo. Para sempre fossem esculpidas na rocha! (Jó 19:23/24)

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“Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância.”

Fernando Pessoa - Poeta e escritor português (1888 - 1935)

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quarta-feira, 11 de julho de 2018

INFÂNCIA E MEMÓRIA ...

Encontros nos calam profundamente... Noite de domingo; maio 2018... Café Filosófico nos premia com as memórias de infância... A psicanalista dra. Julieta Jerusalinski traz a baila o escritor Antonio Prata e disseca seu livro "Trinta e Pouco".

A voz suave toca-me profundamente quando estanco...:

"Um escritor... por favor... tragam-me um escritor..." 

Quem se preocupa com o tal escritor... O que ele nos diz? O que ele nos constitui enquanto leitor, observador e quiçá, escritor a partir da leitura...

E encontro mais:

- "Se você não houve a criança, você perde a criança...

e mais ... 

"se mudarmos o começo de nossa história, mudamos a história toda... 

porque 

"... as memórias nos constituem: revisitá-las é como olhar para nossa própria arqueologia; traz a compreensão de que somos, nos faz ver a possibilidade de transformação... Como estamos nos apropriando das coisas vividas? Corremos o risco de criar uma galeria de falsas memórias. Que autobiografia é esta que estamos revivendo?"

Pois é... Pensei e me coloquei a pensar e a ruminar palavra por palavra. A matéria tenho oportunidade de apreciá-la mais vezes, através do video que também compartilho.

E percebo o quanto há por fazer; o quanto por escrever, sem me importar ou pensar quem lera essas linhas, mas o desejo latente pelos registros calam forte dentro de mim: as leituras que leio, os livros que me encontram, as reflexões que me levam os escritores e penso no que há pouco ouvi novamente: - "um escritor, por favor ... um escritor".

Como é bom tê-los por perto. Abreviamos muitas consultas médicas, muitos remédios que podem ser remediados, por meio da leitura...

Voltarei a completar este texto, mas por ora é o que me vem a mente nesta tarde fria de julho.



sábado, 7 de julho de 2018

MÃOS COM VIDA

Sábado... 
Leituras nos remetem a outras tantas... 
Escritores nos auxiliam a caminhada; abrem-nos horizontes; fazem-nos encontrar e desvendar mundos desconhecidos dentro de nós...

É quando ...

"...a beleza nasce do ato lúdico, enquanto se brinca..." (Schiller in "Minha busca da Beleza - Rollo May, p.49)

Brinca-se de tecer, criar, projetar para fora a vida que pulsa no interior dos anos que se podem contar em tantos...

Brinca-se e, quando se brinca os encontros se fazem presentes, num presente incontido de mãos que tecem, mentes que sonham, ideais que se irmanam em mãos que pulsam vida...

Quatro avós... Quatro vidas distantes, separadas por mares e oceanos, adentram o pequeno espaço do meu reduto de trabalho e posso sonhar... quando o autor me diz que:

"O ato lúdico é a única atividade em que a fusão interior e dos fatos objetivos se realiza. 
Dessa fusão procede a forma viva que é a beleza. 
Essa forma vivente é vital, animada, dinâmica; e ao mesmo tempo ela dá serenidade, sossego, como, por exemplo, na música... 
O ato lúdico une o mundo interior de nosso devaneio pessoal ao mundo exterior das pessoas e da natureza".  ("Minha busca da Beleza - Rollo May, p.49) 


O livro do dr. Rollo May - "Minha busca da Beleza - 
inspira-me; eleva-me aos meus devaneios concretos, porque os posso exteriorizar por meio destas linhas que se tornam presentes ao meu sentir e futuro a quem vier encontrá-las.

Encontros que se fazem sentir tão profundamente, ao ponto de declinar estas linhas quando do encontro das avós, tão próximas do meu querer sentir e pulsar, entre herança e saudade - das avós ausentes, legado de uma existência entre lãs, linhas e projetos.

Novelos tecidos - 500 a se encontrarem entre tons harmoniosos. Quadros multicores, 1.290, puderam avolumar entre os meses que se seguiram - dois meses. 

O projeto ainda reservava participação de outras tantas mãos, que emprestavam suas vidas ao projeto que se agigantava e ganhava mais colorido.

Cubos gigantes, em número de doze, puderam ser guarnecidos pelos quadros, que se entregavam ao ornamento... 
Mãos trabalhavam incansáveis unindo, ponto a ponto, os multicores quadradinhos, adentrando a noite no espaço comercial que se abriria a visitação.
O projeto, em área aberta de um centro comercial, traria a arte das artesãs em cubos que bailavam, pulsavam, pelo ar.
Era o belo que se podia externar através das visões várias:


do encontro das avós; do espaço aconchegante; da criatividade de quatro senhoras a tecer as cores do universo em pontos de croche; do olhar que, nos bastidores puderam unir quadro a quadro, numa harmonia uniforme, a transformar em autêntica obra de arte, o projeto que se pretendia levar a lume - encontro de quatro avós envolvida num projeto de vida. 

Gerações que se não se tornam indiferentes a se entregarem a abraços ternos. 

Netos que encontram suas avós em outras avós. 

Mensagens que se escrevem e se deixam registram em grandes painéis entre os espaços livres.

Parque Nascente... Onde os sonhos podem se tornar a realização de projetos engavetados...



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capturas de imagens e postagem para este blog
Inajá Martins de Almeida 
7/7/2018 - sábado - São Carlos