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"Entre livros nasci. Entre livros me criei. Entre livros me formei. Entre livros me tornei. Enquanto lia o livro, lia-me, a mim, o livro. Hoje não há como separar: o livro sou eu - Bibliotecária por opção, paixão e convicção".

Lemos porque a necessidade de desvendar e questionar o desconhecido é muito forte em nós”

"O universo literário é sempre uma caixinha de surpresas, em que o leitor aos poucos vai recolhendo retalhos. Livros, textos, frases, poemas, enfim, variadas formas de expressão que vão compondo a colcha de retalhos de uma vida entre livros. É o que se propõe".

Inajá Martins de Almeida

assim...

"Quem me dera fossem minhas palavras escritas. Que fossem gravadas num livro, com pena de ferro e com chumbo. Para sempre fossem esculpidas na rocha! (Jó 19:23/24)

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“Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância.”

Fernando Pessoa - Poeta e escritor português (1888 - 1935)

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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

NÃO NASCEMOS PRONTOS - Mario Sergio Cortella

Quando de uma palestra do autor, a indicação do livro chama-me atenção. Agora cá está ele em minhas mãos.

O que faço então?

Primeiro passo: admiro a própria capa e lá encontro a indicação de que provocações filosóficas envolvem o não nascermos prontos.

Segundo passo:  aprofundo-me um pouco mais quando encontro o autor a nos elucidar de que "é a insatisfação que nos move" que "quando estamos insatisfeitos, criamos, inovamos, refazemos, modificamos e, assim, vamos nos construindo".

Terceiro passo: detenho-me tempo demorado no prefácio. É sempre um momento mágico, onde aquele que da obra fala, dá-nos pistas do que iremos encontrar nas páginas que nos convidam à leitura.  Percebo a inquietação do filho incumbido a prefaciar o livro do próprio pai. Tarefa difícil para qualquer um, mas que logo se vê mais a vontade, pois qualquer deslize seria relevado, uma vez que se não nascemos prontos, o dia-a-dia está a nos ensinar, a nos enriquecer em aprendizado; que os questionamentos levam ao aprendizado que gravita desde a era pré-cristã à nossa modernidade.  E, por fim, ao término da leitura, uma sensação de querer mais, de que o tempo foi vivido naquelas páginas. De que perguntas podem e devem gerar conhecimento. E, acima de tudo, deixa-nos uma "pensata" que, a mim fez vibrar e querer adentrar o universo do autor sem perda de tempo, pois "uma das melhores formas de se viver o tempo é ao lado de um bom livro. Aproveite!"  diz André Cortella


Quarto passo: adentro o conteúdo e logo encontro nas primeiras linhas Guimarães Rosa a chamar atenção ao fato de que "o animal satisfeito dorme". Assim percebo o quanto a insatisfação nos leva a tornar claro a escuridão que nos permeia.

Quinto passo: aqui me rendo quando na contra-capa o autor esclarece que "gente não nasce pronta e vai se gastando; gente nasce não-pronta e vai se fazendo". Nosso grande desafio, portanto, é resistir a inércia, ao repouso. O estar insatisfeito nos leva a conquistar, a criar, inovar, aperfeiçoar, modificar.

Surpreendentes as 31 "pensatas".


comentários de Inajá Martins de Almeida
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Cortella, Mario Sergio.   Não nascemos prontos!: provocações filosóficas.  /  Mario Sergio Cortella.   10 ed.  Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

O QUE É SER UM VERDADEIRO AMIGO?

Texto de Inajá Martins de Almeida 

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Num tempo em que percebemos que o amor entre os homens está a se esfriar; em que os filhos se voltam contra os pais; pais contra filhos (Mt 24:12), será possível encontrar amigos verdadeiros, que não se intimidem ante os sacrifícios, ante as adversidades impostas pelas barreiras das circunstâncias momentâneas e se lancem ao bem-estar do seu próximo?


Num tempo em que os noticiários apontam para atrocidades de maridos ceifando vidas de esposas; pais valendo-se de abusos e até óbitos de suas filhas e filhos, professores sendo ultrajados, valores morais e sociais invertidos – o mal em bem, o bem em mal - poderíamos pensar que é possível encontrar amigos verdadeiros, tal qual nos é apontado no Livro Bíblico, quando Jesus, estando em Cafarnaum, é surpreendido por quatro homens que levam o amigo paralítico à sua presença?


O filósofo grego Aristóteles (Atenas 384 – 322 aC) diz que “a amizade é haver uma alma em dois corpos”.






quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A DESCOBERTA DA ESCRITA - Ignácio de Loyola Brandão

Tentava escrever e eles surgiam, levando todo o material. Confiscavam e sumiam. Sem satisfações, mas também sem recriminações. Não diziam nada, olhavam e recolhiam o que estava sobre a mesa.

Tentou mudar de casa, não adiantou. Eles chegavam apenas a caneta tocava o papel. Como se aquele toque tivesse a capacidade de emitir um sinal, perceptível somente por eles, como o infra-som para um cachorro. Levaram todos os papéis. E quando ele tentou comprar, as papelarias não venderam sem a requisição oficial. Nenhum tipo de papel, nada. Caderno, cada criança tinha direito a cotas estabelecidas. Desvio de cadernos era punido com degredo perpétuo. Rondou as padarias e descobriu que o pão era embrulhado em plásticos finos, transparentes...



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O TREM DAS ONZE NAS MINHAS LEMBRANÇAS

Texto de Inajá Martins de Almeida 
publicado no site São Paulo minha cidade (http://www.saopaulominhacidade.com.br/)
em 15 de janeiro de 2011

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Minha São Paulo querida, em verso e prosa cantada me faz retornar a infância distante. Do interior, nos meus três anos, adentramos aquele terreno imenso, a casa pequena, terra por todos os lados, tal qual uma ilha. Era a década de 50...

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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O PEREGRINO - John Bunyan


Em mãos O PEREGRINO. Há tempo passava-me sua leitura, porém, outras eram colocadas em seu lugar.



Quem sabe pela longa espera, demoro-me a apreciá-lo. Faço então um breve contato físico. Toco o livro todo; sinto a tessitura do papel, a cor, o formato; aprecio a capa, o nome do autor em tipo itálico, a imagem central, pequena, em tons fortes, obra prima de Edward  Harrison May (1824-1887) - Christian at the Cross - contrastando com a marca d'água e a cor discreta da capa e contra-capa.


O título nos dá a perceber que somos peregrinos em busca de nossa mansão espiritual – nossa verdadeira morada. 


A leitura técnica é feita observando cada detalhe: orelhas, página de rosto, ficha catalográfica, dados gráficos, o sumário, o prefácio... 


Degusto uma a uma as palavras  de seu prefaciador e tradutor Eduardo Pereira e Ferreira e detenho-me numa palavra "transcriação" e maravilho-me, quando se faz porta voz do autor que nos convida a leitura de "seu livro com a cabeça e o coração"  e, como objetivo, oferece uma transcriação da apologia do autor.


Absorvo e abstraio alguns versos e me prostro ante a  destreza da escrita que, num  período  conturbado, de prisões, lutas interiores, questionamentos vários, o autor em cárcere (1675) se vê a tecer, em parelhas ritmadas,  as estrofes de sua composição poética:



Quando no início, peguei da pena

A escrever, mal imaginava a cena,

Que fora compor assim um livrete.

Não, pensava em outro motete,

Mas, já quase concluído – por quê, não sei,

Sem me dar conta, a este me atirei.

...

O livro em que me debruço a escrever.

E assim fiz, sem ter ainda ideia distinta

De assim exibi-lo a todos, papel e tinta.

Só pensava em fazer nem sei quê;

Nem me esforcei, portanto, não vê?

Por agradar ao próximo, não,

Pois o fiz para mim mesmo, adulão.

...

Assim, pena ao papel, com prazer tanto,

Logo vazei as ideias em preto e branco.

Pois sabendo já o método, todo aceso,

Arranquei e tudo me veio; e, teso,

Escrevi até afinal vir a obra ao lume

Essa grandeza de doce, fino perfume. 

...

Brotam do mesmo livro os raios de luz e o brilho

Que transforma mesmo a noite mais escura em idílio?

...

E agora, antes ainda de largar minha pena,

Mostrarei o valor do meu livro nessa arena.

...

Este livro perante teus olhos traceja

O homem que ao prêmio perene almeja;

...

Este livro de ti fará verdadeiro viajante.

E se por ele te deixares guiar adiante,

Até a Terra Santa te levará, nas monções,

Desde que compreendas as suas orientações.

...

Em palavras tais está este livro escrito,

Que até aos lânguidos desperta o grito.

...

Queres tu mesmo ler, sem sequer saber o quê,

Sabendo, porém, por essas linhas mesmas que lês,

Se estás ou não abençoado? Ah, vem então,

E abre meu livro, uma só mente, um só coração”.

...

John Bunyan (1628-1688)


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E permaneço extasiada, olhos fixos, mente arguta a sorver as palavras e a pensar em seu autor, vivendo numa época em que as perseguições a ideias contrárias ao estabelecido da época eram levadas as condições extrema. 


Este, então,  inicia seu relato no cárcere em 1675. Em 1678 a obra é lançada em Londres.

  


Assim, decorridos 333 anos de sua primeira edição (1678-2011), cá estou eu a ler esta que se tornou uma das obras mais vendidas em todo o mundo.


À mente me vem Jeremias 33:3 quando :


“Invoca-me, e eu te responderei, e te direi coisas grandes e ocultas que tu não sabes...”


Creio que muito ainda terei a escrever no decorrer desta leitura. Coisas ocultas me serão reveladas. Acompanhe-me caro leitor.

    


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comentários e transcrições de Inajá Martins de Almeida

(*) Jefferson Magno Costa - texto referenciado 

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Bunyan, John.   O peregrino.   /  John Bunyan.  Tradução Eduardo Pereira e Ferreira. – São Paulo: Mundo Cristão, 2006.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O ESCRITOR NA ESCADARIA DO TEATRO MUNICIPAL - Inajá Martins de Almeida



Dezessete horas - década de 70 (não posso precisar o ano, vaga-me a memória). Poderia também ser um mês qualquer, apenas sei que não chovia, o sol ainda emanava seus últimos raios, num final de tarde quente, naquela que representava a terra da garoa e dos lampiões de gás. Era o momento em que deixava meu trabalho e saia para o lanche da tarde misturando-me ao movimento intenso de transeuntes, cortando as ruas centrais da capital paulista...



terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

COMO FAZER AMIGOS E INFLUENCIAR PESSOAS - Dale Carnegie

Seja um líder


0 trabalho de um líder geralmente inclui a modificação das atitudes e do comportamento das pessoas. Eis algumas sugestões para conseguir isso:



  • Princípio 1: Comece com um elogio e uma apreciação sincera.
  • Princípio 2: Chame indiretamente a atenção sobre os erros alheios.
  • Princípio 3: Fale de seus próprios erros antes de criticar os das outras pessoas.
  • Princípio 4: Faça perguntas em vez de dar ordens.
  • Princípio 5: Não envergonhe as outras pessoas.
  • Princípio 6: Elogie o menor progresso e também cada novo progresso. Seja "caloroso na sua aprovação e generoso no seu elogio".
  • Princípio 7: Atribua a outra pessoa uma boa reputação para que ela se interesse em mantê-la.
  • Princípio 8: Incentive a outra pessoa. Faça que os erros pareçam fácil de corrigir.
  • Princípio 9: Faça a outra pessoa sentir-se satisfeita fazendo o que você sugere.

Para ler o livro na íntegra, acesse o site



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Carnegie, Dale -  Como fazer amigos e influenciar pessoas.   / Dale Carnegie.   Fernanda Tude de Souza, trad.   45 ed.  Companhia Nacional. 

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