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"Entre livros nasci. Entre livros me criei. Entre livros me formei. Entre livros me tornei. Enquanto lia o livro, lia-me, a mim, o livro. Hoje não há como separar: o livro sou eu - Bibliotecária por opção, paixão e convicção".

Lemos porque a necessidade de desvendar e questionar o desconhecido é muito forte em nós”

"O universo literário é sempre uma caixinha de surpresas, em que o leitor aos poucos vai recolhendo retalhos. Livros, textos, frases, poemas, enfim, variadas formas de expressão que vão compondo a colcha de retalhos de uma vida entre livros. É o que se propõe".

Inajá Martins de Almeida

assim...

"Quem me dera fossem minhas palavras escritas. Que fossem gravadas num livro, com pena de ferro e com chumbo. Para sempre fossem esculpidas na rocha! (Jó 19:23/24)

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“Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância.”

Fernando Pessoa - Poeta e escritor português (1888 - 1935)

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quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

DESPONTA UMA POETISA NO CENÁRIO LITERÁRIO


Eis que uma adolescente escreve como gente grande. 
Ganha o cenário literário a poetisa que nos seus treze anos manifesta a madureza do poeta que já nasceu pronto para as linhas e para as letras.

Ana Clara Martins de Almeida dentro de si carrega o DNA do bisavô, Nelson Martins de Almeida,  que pautara sua vida a escrever, retratar a história em suas inúmeras obras editadas. 

Ana Clara em seu primeiro aniversário com o bisavô Nelson e a tia avó Inajá
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Agora neste espaço, criado pela tia avó Inajá, eis que os poemas se apresentam magistrais em composição de pura inspiração, lirismo e profundidade poética. 
Surpreendeu-me sobremaneira a rica expressão da  adolescente que desponta em poemas



ELA



Ela como as borboletas,

Tão linda e delicada
Mal sabe, Ela,
De sua beleza inexplicada.



Ela
Um oceano inteiro
Tão profunda e complicada
Todos que tentam entende-la
Saem de cabeça rachada.




Ela
Não é qualquer garota
Ela é forte e dedicada
Não sabe abaixar a cabeça
Não gosta de ser rebaixada.

Ela é uma bagunça interna
Que nem ela mesma sabe desfazer
Pois, para isso acontecer
Primeiro precisa se entender.

Ela é insana.
Em suas veias está a correr
Uma leve pitada de loucura,
Engrenagem de todo seu viver.

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VIDA


No começo somos como um livro em branco
Prontos para escrever nossa história,
Nesta longa jornada chamada “vida”
Na qual cada passo é uma subida ou uma descida.


Cada pessoa vive diferente,
Com seu jeito especial
Pois, de uma forma ou de outra
Não existe ninguém igual.





Ana Clara, Inajá e Maris Ester - Casa do Poeta 
Ribeirão Preto novembro 2018


Cada qual segue o próprio caminho,
Colhendo flores, separando espinho
Com um vasto mar de sentimentos
A criar grandes momentos.

O que será então o envelhecer?
Será o bem viver?
Penso eu
seja uma vida marcada por altos e baixos,
emoções  e superações.

É a memória repleta de história,
Vasta sabedoria, 
que a outros pode ajudar;
Pés que já trilharam caminhos

Onde jovens terão de passar.




quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

PAPÉIS AMARELECIDOS TRANSFORMAM-SE

por Inajá Martins de Almeida

O que foi feito daquele sonho?
Silêncio...
Pausa...

Mãos ágeis tecem
E pensa...
E sonha...

E a mente traz o poeta fingidor
A fingir a própria dor.
Quem vai acreditar na dor do poeta?

O silêncio a tudo silencia...
O reflexo do vento a balouçar
Folhas ao vento
Adentra o quarto

Sombreia espaços
Reflete alma de artesã.
Mãos que tecem sonhos
Esperança futura!

Cada ponto guarda lembranças
Aguarda novos pontos...
Passado... Presente... 
Futuro incerto...

Papéis velhos clamam presença
Linhas, aos poucos, os tornam ausentes.

Papéis velhos apenas velhos papéis
Representados ao longo dos dias.

Décadas – mais de nove transcorridas -
O quarto busca se transformar
E se transforma.

Agora, papéis velhos
não mais papéis amarelecidos pelo tempo.
Na via cibernética transformam-se.

Arrolam-se a outros tantos fios
que se perdem no emaranhado
da informação que informa a tantos mais.