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"Entre livros nasci. Entre livros me criei. Entre livros me formei. Entre livros me tornei. Enquanto lia o livro, lia-me, a mim, o livro. Hoje não há como separar: o livro sou eu - Bibliotecária por opção, paixão e convicção".

Lemos porque a necessidade de desvendar e questionar o desconhecido é muito forte em nós”

"O universo literário é sempre uma caixinha de surpresas, em que o leitor aos poucos vai recolhendo retalhos. Livros, textos, frases, poemas, enfim, variadas formas de expressão que vão compondo a colcha de retalhos de uma vida entre livros. É o que se propõe".

Inajá Martins de Almeida

assim...

"Quem me dera fossem minhas palavras escritas. Que fossem gravadas num livro, com pena de ferro e com chumbo. Para sempre fossem esculpidas na rocha! (Jó 19:23/24)

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“Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância.”

Fernando Pessoa - Poeta e escritor português (1888 - 1935)

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terça-feira, 13 de julho de 2010

O MUNDO DE SOFIA - Jostein Gaarder

"Quem, de três milênios,
Não é capaz de se dar conta
Vive na ignorância, na sombra,
À mercê dos dias, do tempo".


Johann Wolfgang von Goethe


Como uma menina, prestes a completar quinze anos, se envolve numa trama tão fascinante quando passa a receber aulas de filosofia através de estranhas correspondências?
É possível nos admirarmos com as coisas que nos rodeiam?
Será que é mais inteligente aquele que sabe que não sabe? 
Os questionamentos não apenas envolvem a personagem, como seus leitores também, através daqueles bilhetes contagiantes, daqueles textos tão bem formatados e explicativos dum tempo remoto que a história conta e que marcas significativas deixaram. 
O mundo da filosofia, sua história, seus filósofos marcantes e intrigantes, dos pré-socráticos até a modernidade é uma verdadeira epopéia de fatos, acontecimentos, personagens brilhantes que fazem com que adentremos a história e busquemos subsídios para que o conhecimento ali adquirido possa ser ampliado, através de leituras paralelas. 
Platão com seu mundo das idéias traz uma nova expressão para esta que escreve e que encontra um fundamento cabível e excepcional nas palavras tão bem escritas pelo autor. 
"O anseio de retornar à verdadeira morada da alma. Platão denominava este anseio, esta saudade, de eros, que significa amor... Nas asas do amor, a alma deseja voar "de volta para casa", para o mundo das idéias. Ela quer se libertar do cárcere do corpo", encontra eco dentro de mim, quando vez ou outra me encontro a falar de uma saudade inexplicável, intangível, inalcançável, insaciável. Uma saudade que dói n'alma. Agora posso imaginar ser  o retorno ao lar. 
Não há como continuar na caverna, após adentrar página a página, mais de quinhentas, leitura após leitura, conversas após conversas trocadas, sem que uma transformação visível aconteça.
Não há como deixar de ser partícipe da obra do autor. 
Não há como não se reescrever um novo livro em cada vida. 
Não há como não se sentir um pouco Sofia. 
Não há como não se sentir um pouco Jostein. 


comentários de Inajá Martins de Almeida
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Gaarder, Jostein.  O mundo de Sofia: romance da história da filosofia.   /  Josteins Gaarder;  tradução João Azenha Jr. - São Paulo: Companhia das Letras, 1995.     

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