Um dos maiores pensadores do século XX, Zygmunt Bauman, sociólogo e filósofo polonês, alertava-nos para uma “Modernidade Líquida”, em que tudo era imediatismo e fluídico. Nada era para sempre. O mais interessante, que encontrei uma frase que diz muito sobre nossa realidade e muito também, sobre cada um de nós:
“O velho limite sagrado entre o horário de trabalho e o
tempo pessoal desapareceu. Estamos permanentemente disponíveis, sempre no posto
de trabalho”.
Agora a questão é:
- Será que estamos sempre disponíveis para o trabalho e
indisponíveis para uma convivência, para um telefonema, um abraço apertado, uma
visita esperada e aguardada?
- Será que não é possível colocar limites aos nossos horários
e ao nosso tempo pessoal?
- Seria mesmo possível nosso tempo pessoal desaparecer, ou apenas um subterfúgio numa modernidade cada vez mais fluídica, imediatista?
- Seriam mesmo esses tempos modernos tão fluídicos assim, ao ponto
de nos amoldar em horas intermináveis de trabalho, quando há leis que regem o trabalho?
Bom... É um caso a ser pensado. Bauman partiu, mas
deixou-nos legado de sua vasta existência para que não perdêssemos “a arte das
relações sociais e da amizade”.
Texto de Inajá Martins de Almeida
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