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"Entre livros nasci. Entre livros me criei. Entre livros me formei. Entre livros me tornei. Enquanto lia o livro, lia-me, a mim, o livro. Hoje não há como separar: o livro sou eu - Bibliotecária por opção, paixão e convicção".

Lemos porque a necessidade de desvendar e questionar o desconhecido é muito forte em nós”

"O universo literário é sempre uma caixinha de surpresas, em que o leitor aos poucos vai recolhendo retalhos. Livros, textos, frases, poemas, enfim, variadas formas de expressão que vão compondo a colcha de retalhos de uma vida entre livros. É o que se propõe".

Inajá Martins de Almeida

assim...

"Quem me dera fossem minhas palavras escritas. Que fossem gravadas num livro, com pena de ferro e com chumbo. Para sempre fossem esculpidas na rocha! (Jó 19:23/24)

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“Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância.”

Fernando Pessoa - Poeta e escritor português (1888 - 1935)

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quarta-feira, 22 de maio de 2024

O CONCERTO DESTE MUNDO

 Para mim é surpreendente quando uma mensagem me encontra e me escreve, fala por mim, ainda mais quando essa fala vem complementada por uma imagem; imagem essa que representa o que toca profundamente minha alma, meu sentir musical.

Assim, as palavras fluem e passam a representar o que me vai interior adentro e passo a escrever...


Sim, poeta, filósofo, cada qual a seu modo sabe a maneira de se expressar: uns com tinta e pincel, outros com lápis e papel; outros mais com instrumentos musicais; tantos mais anônimos, nas construções, nos hospitais, nas escolas, nas ruas, por terra, céu e mar, em toda parte do planeta, em uníssono numa grande e majestosa sinfonia, cada qual, a seu modo, a desfrutar do instrumento que lhe foi designado, representando o papel neste grande teatro que se chama vida. 

Todos, enfim, chamados para o grande concerto, através da infinidade de mãos 

Esta é a representação do que podemos imaginar, a construção da grande humanidade universal, quando a forma foi dada ao caos que pairava sobre a terra.

Assim deve ser o concerto deste mundo, onde cada qual pode, e deve, utilizar e interpretar seu papel da melhor maneira possível.

Uma imagem, uma mensagem há que nos representar, quando nos propomos receptivos ao clamor do universo que nos convida a ser partícipes da grande obra universal. 

Ademais, pode uma imagem representar mais de mil palavras? E, além disso, algumas breves palavras podem configurar outras tantas palavras? 

Ao leitor atento, sim, pois que o que se escreve há que ser uma ponte que se leva ao além da frase. 

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E os encontros percorrem linhas cibernéticas, além das imagens e encontra O Jardineiro que questiona:



Quem és tu, leitor, lendo meus poemas daqui a cem anos?
Não posso enviar-te uma única flor desta riqueza da primavera, uma única faixa de ouro das nuvens.
Abre tuas portas e olha para o exterior.
Do teu jardim florescente, reúne memórias fragrantes das flores desaparecidas de cem anos antes.
Na alegria de teu coração, sente a alegria viva que cantou numa manhã de primavera, enviando sua voz alegre por cem anos.

— O Jardineiro, 1915.[68]


 in:- https://pt.wikipedia.org/wiki/Rabindranath_Tagore

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Realmente, cá estou eu decorridos mais de uma década entre 1915/2024 a ler, interpretar e colocar alguma fala própria sobre a sua fala e posso também me perguntar:


- Quem sou eu ante seus poemas?

- Quem sou eu, tua leitora, ante as flores que desapareceram nessas minhas sete décadas, através das minhas memórias - quantas fugidias -
fragmentos de lembranças que se perdem pelos jardins que se apagaram pelos caminhos por onde passei.

- Quem sou eu e, ante as conjecturas, passo a perceber que a primavera em mim deixou alegria de poder colher flores neste outono dessa existência por entre as linhas bordadas e perfumadas por fragrâncias multicores.

Ah! poeta, quem dera minhas linhas alcançassem as nuvens e os filamentos dourados pudessem escrever o quanto me foi agradável o encontro, decorridos cem anos entre ti e esta leitora.   

O quanto o questionar me trouxe o embalo para motivar estas linhas e poder abrir minhas portas para apreciar a grandiosidade de tudo quanto me cerca fora meu próprio interior. 

Sou essa sua leitora que sabe apreciar o perfume da flor, ainda que no imaginário; a sonoridade da métrica contida no verso, a voz suave que permanece no espaço e me chega aos ouvidos neste agora. 

Assim, sou essa sua leitora lendo seu poema de cem anos atrás.     

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Imagem capturada da internet
Tema sobre a filosofia de Rabindranath Tagore - 1861 / 1941





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