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"Entre livros nasci. Entre livros me criei. Entre livros me formei. Entre livros me tornei. Enquanto lia o livro, lia-me, a mim, o livro. Hoje não há como separar: o livro sou eu - Bibliotecária por opção, paixão e convicção".

Lemos porque a necessidade de desvendar e questionar o desconhecido é muito forte em nós”

"O universo literário é sempre uma caixinha de surpresas, em que o leitor aos poucos vai recolhendo retalhos. Livros, textos, frases, poemas, enfim, variadas formas de expressão que vão compondo a colcha de retalhos de uma vida entre livros. É o que se propõe".

Inajá Martins de Almeida

assim...

"Quem me dera fossem minhas palavras escritas. Que fossem gravadas num livro, com pena de ferro e com chumbo. Para sempre fossem esculpidas na rocha! (Jó 19:23/24)

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“Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância.”

Fernando Pessoa - Poeta e escritor português (1888 - 1935)

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quarta-feira, 24 de outubro de 2018

CASA VAZIA

Chove lá fora. O peito chuva chora. Espaços vazios anseiam presença. E observo. Revisito compartimentos físicos e, dentro de mim, abrem-se brechas ao sentir melancólico e saudoso de momentos que requerem outros momentos. 

O passado se distancia. A memória se turva e apaga algumas lembranças; outras tantas vivas e presente se fazem sentir, na mesma intensidade dos pingos que batem: - toque, toque, toque num ritmar frenético, interminável e incansável.

Mural da Saudade Facebook - 06/11/2018
Eu permaneço chuva. A revirar apontamentos que  logo me encontram no calabouço do meu ser. E outros tantos me escrevem e me transportam às linhas, num frenético frenesi de linhas e letras. 

E, se fora a chuva, os pingos ou os apontamentos que me trouxeram lembranças saudosas, não sei exatamente, apenas sei que ao estar aqui, neste bailar de dedos entre o som harmonioso do tic tic do teclado, posso me encontrar tantas forem as vezes que voltar a me ler, pois não fora esta tarde, as minhas memórias mais memoráveis, jamais haveria esse possível encontro e essa sensação de ocupar o tempo que me fora permitido. 

Deixei de olhar para a casa vazia, para os compartimentos que se tornaram enormes, para buscar o grande espaço que pode se abrir dentro de meu ser, quando o escrever me pode aproximar das minhas mais queridas e belas lembranças; dos meus mais amados e queridos ausentes, os quais se tornaram tão presentes ao ocuparem espaços dentro de mim, antes vazios, ante o meu olhar melancólico e saudoso. 

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