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"Entre livros nasci. Entre livros me criei. Entre livros me formei. Entre livros me tornei. Enquanto lia o livro, lia-me, a mim, o livro. Hoje não há como separar: o livro sou eu - Bibliotecária por opção, paixão e convicção".

Lemos porque a necessidade de desvendar e questionar o desconhecido é muito forte em nós”

"O universo literário é sempre uma caixinha de surpresas, em que o leitor aos poucos vai recolhendo retalhos. Livros, textos, frases, poemas, enfim, variadas formas de expressão que vão compondo a colcha de retalhos de uma vida entre livros. É o que se propõe".

Inajá Martins de Almeida

assim...

"Quem me dera fossem minhas palavras escritas. Que fossem gravadas num livro, com pena de ferro e com chumbo. Para sempre fossem esculpidas na rocha! (Jó 19:23/24)

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“Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância.”

Fernando Pessoa - Poeta e escritor português (1888 - 1935)

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quarta-feira, 28 de março de 2012

AMÉRICA - Monteiro Lobato

Uma frase encontrada em trabalhos escolares. Em classes colegiais. Entradas de bibliotecas. Jornais. Revistas. Livros didáticos inúmeros. Textos vários.

Seu autor o genial José Bento Renato Monteiro Lobato, ou simplesmente Monteiro Lobato nascido em Taubaté interior paulista, talvez jamais pudesse almejar tamanha repercussão.

É na América do Norte que se extasia, ante os monumentos de George Washington e Lincoln, prova concreta de "que a América tinha homens". É a visita a esse país que vem a lume o livro - América. Nada mais compreensível se:

"Um país se faz com homens e livros"... "Nos livros está fixada toda a experiência humana. É por meio deles que os avanços do espírito se perpetuam. Um livro é uma ponta de fio que diz: "Aqui parei; toma-me e continua, leitor"... (p.46)



Sim, o gênio do autor consente que o leitor aponte o norte de uma obra, segundo sua vista. Dê-lhe conotação. É o que digo - eu Inajá - quando fechamos um livro o mesmo acontece na mente do leitor. Leitor que cria e recria as linhas do autor.

Mas o Destino quis levar Lobato a América e sua turnê segue a direção da Biblioteca do Congresso e no diálogo que trava com seu imaginário, vislumbra a magnanimidade daquela arquitetura esplêndida, a ponto de o deixar "tonto".

"Acho que quem vem a esta biblioteca não tem tempo de abrir um livo. Há coisas demais para distraí-lo e ocupar-lhe a atenção. E que é a biblioteca em si senão um livro - e o primeiro a ser consultado?" (p.49)

Percebe-se que o que lhe chama atenção extrema é a arquitetura assombrosa. Consegue ali, ante aquele monumento ler um livro de mármore antes de pensar em consultar os 3.890.096 itens impressos em papel.

"Acho que esta biblioteca foi o primeiro grande livro composto pela América..."  (p.49)

Agora então era a vez da Biblioteca Pública da Quinta Avenida

"Sair da Quinta Avenida, o torvelinho perpetuo, e cair na Biblioteca Pública, corresponde a mudar de planeta. Reina lá um silêncio de recolhimento, e ainda uma constante temperatura de primavera, por mais que fora o verão escalde..." (p.211)

"Não há ali regulamento estragador do prazer do consulente; ou então o regulamento é feito de modo a coincidir com os impulsos naturais da criança que entra: "fossar" na imensidão de livros, sem atender a mais nada além da sua natural curiosidade e irrequietismo... O prazer das crianças é ali intenso, porque podem mexer à vontade. O "não faça isso, não bula nisso" não existe"... (p. 212-213)

Genial Lobato. Olhos atentos, mente aguçada. Pensou em tudo. Mediu as palavras. Lançou-as no livro América. Levou-nos aos homens, grandes mentes pensantes, aos livros, às Bibliotecas através das linhas, sem que nossos pés deslocassem o espaço.

Não há como deixar de se apossar das palavras tais quais o autor as expressa. Poderia transcrever outros tantos trechos inusitados das 312 páginas que compõe América, mas a leitura ficará a critério de cada leitor. Fica aqui apenas o desejo de querer um pouco mais.

A Fernanda Tozzi, futura arquiteta, meu apreço pela consulta e motivo maior destas linhas.

Transcrição e comentários de Inajá Martins de Almeida (bibliotecária)
complemente com algumas indicações interessantes:

http://lazer.hsw.uol.com.br/monteiro-lobato4.htm
http://pt.wikiquote.org/wiki/Monteiro_Lobato
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Lobato, Monteiro -  América   /  Monteiro Lobato.  -  9ª ed. - São Paulo : Editora Brasiliense, [1931]

Outra matéria interessante para ser assistida: https://www.youtube.com/watch?v=FO1up5NKTHo

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Petróleo, prisão e Zé Brasil


Em 1927, já bastante conhecido, Monteiro Lobato é nomeado para o posto de adido comercial em Nova Iorque, para onde se muda com toda a família. A experiência de vida em um país industrialmente desenvolvido o fascina: Lobato conhece novas técnicas de beneficiamento de minério de ferro, as auto-estradas, o metrô, o cinema falado, a indústria automobilística e tudo o que lhe faz reavivar a antiga paixão pelo moderno. Empolgado, sonha em criar no Brasil companhias que viabilizem a aplicação das novas tecnologias para a transformação de ferro em aço, prevendo grandes lucros num futuro próximo.
Mas no auge dos sonhos capitalistas, Monteiro Lobato aplica na Bolsa de Valores de Nova Iorque e, quando ela quebra, deflagrando a grande crise mundial de 1929, ele se vê sem nenhum dinheiro, tendo que regressar ao Brasil em meio a sérias dificuldades econômicas, que o levam a vender suas ações da Companhia Editora Nacional.
A partir de então, já aos 50 anos de idade, Monteiro Lobato passa a viver de seus ganhos como escritor e tradutor, passando horas diante da máquina de escrever, seja rearranjando seus próprios textos, seja criando novas histórias para o “Sítio” ou traduzindo outros autores. Mas sua fé no desenvolvimento do Brasil continua viva. Ele defende uma política que transfira para a iniciativa privada nacional a extração do petróleo e o beneficiamento do minério de ferro, encabeçando uma campanha em prol da formação de companhias de exploração de petróleo e tentando sensibilizar os governantes para a importância da causa.
"América" mostra a visão do escritor sobre a sociedade e a modernidade que ele vivenciou nos tempos em que passou nos Estados Unidos.
Em 1931, funda a Companhia do Petróleo do Brasil e mais três empresas co-irmãs, todas levadas ao fracasso, por motivos que vão de boicote econômico a sabotagem técnica, além das razões políticas apontadas por Lobato: o compromisso do Departamento Nacional de Produção Mineral e do Conselho Nacional de Petróleo com os interesses de grandes conglomerados petrolíferos internacionais.
Perdendo o dinheiro e as ilusões capitalistas, Monteiro Lobato muda sua posição diante do anteriormente admiradoamerican way of life, percebendo as complexas relações internacionais de poder dos monopólios que o sustentam. Essas reflexões o levam a publicar “O escândalo do petróleo” (1936), livro no qual narra as agruras de sua campanha petrolífera. Em 1937, já sob a ditadura de Getúlio Vargas, o livro é proibido de circular e as relações de Monteiro Lobato com o governo tornam-se complicadas. Em 1941, após recusar a assumir a direção do Ministério da Propaganda e enviar uma carta a Getúlio Vargas, responsabilizando-o pela má política nacional de minérios, Monteiro Lobato acaba sendo preso. Fica na cadeia por cerca de três meses e se compadece dos problemas dos detentos. Tenta ensinar um deles a ler, partilha os doces que lhe enviavam e faz-se porta-voz dos presos.
Ao sair do presídio, desencantado com o governo, amargurado pela perda recente de dois de seus filhos, ainda jovens, e pelo suicídio do cunhado, Monteiro Lobato passa a viver de direitos autorais e traduções, até que, em 1946, muda-se para a Argentina, onde funda a editora Acteon. Mas a saudade do Brasil e dos amigos o traz de volta, já no ano seguinte.
Já convicto dos problemas do capitalismo internacional e liberto das ilusões juvenis, Monteiro Lobato retorna à figura do caipira, do Jeca Tatu, mas, dessa vez, sob uma ótica totalmente diferente.
Em vez de usar o caipira para personificar o atraso da agricultura brasileira, Lobato faz uma auto-crítica de suas idéias de 1914, quando ainda não sabia reconhecer a amplitude do problema agrário nacional, lançando “Zé Brasil” (1947). No livro, O Jeca ressurge como Zé Brasil, um sem-terra para quem, a única esperança de salvação está representada no Cavaleiro da Esperança, Luís Carlos Prestes.
Um ano após a publicação de “Zé Brasil”, Monteiro Lobato morre, no auge da consagração como escritor.veja o texto em sua fonte originária




sexta-feira, 23 de março de 2012

JUAN GRIS - pintor espanhol

Clique sobre a imagem  
Juan Gris, pseudónimo de Juan José Victoriano González (Madrid23 de março de 1887 - Boulogne-Sur-Seine11 de maio de 1927)[1], foi um dos mais famosos e versáteis pintores e escultores cubistas espanhóis. Apesar de ter falecido jovem, Juan Gris representa o expoente máximo do cubismo sintético.
Iniciou a sua formação ingressando na Real Academia de Belas-Artes de São Fernando. Após este período tornou-se aluno do pintor José Moreno Carbonero, começando também a ilustrar algumas revistas modernistas de poesia da época.
No ano de 1906, mudou-se para Paris, a "cidade-luz", centro mundial das artes. Ali conhece artistas como Guillaume ApollinaireAndré SalmonMax Jacobe, o que mais o marcou e influenciou, Pablo Picasso. Através deste último, conhece também Georges Braque.
Em 1912, passou, finalmente, a integrar o movimento cubista, tornando-se assim, conhecido em todo o mundo. Celebrou também, a sua primeira exposição individual, realizada na Galeria Sagot.
Continuou a expor nas melhores galerias de arte, até 1927, ano em que faleceu, com 40 anos de idade.
Juan Gris foi homenageado com um doodle no dia 23 de março de 2012, na página inicial do Google [2]


Fonte: Wikipedia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Juan_Gris)


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Acrylic on canvas by Elvio Antunes de Arruda - clique sobre a imagem
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Extasiados com a beleza das cores, os temas envolvendo música e instrumentos, Inajá e Elvio pesquisam imagens e encontram uma, em especial, que lhes chamam atenção, assim, sob a ótica e as mãos do artista na atualidade, surge uma versão de Juan Gris em acrílico.
 Magnífica tela, ornamenta ricamente com grande maestria nossa sala,  - são as mãos do cubista Juan Gris, nas mãos do contemporâneo Elvio Antunes de Arruda
Obrigada a ambos.


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capturas de imagens, montagem, comentários e postagem de Inajá Martins de Almeida em 23 de março de 2012.

terça-feira, 20 de março de 2012

A EXPERIÊNCIA DA MESA - Devi Titus

Chamou-me singular atenção o tom verde de sua capa. Uma mesa, sutilmente delineada.  Ao centro uma cadeira branca. Pratos brancos. Copo de cristal. Talheres dispostas de forma ordenada. Toalhas individuais. Maçãs verdes.  Quadro perfeito.

A curiosidade, entretanto, foi além. Teci um plano sobre as mesas em minha vida e imaginei o que a autora me chamaria atenção, eu que acostumada fora às reuniões em volta da mesa - quando nossa família ainda se compunha de muitos membros. Hoje resta-nos lembranças maravilhosas de um passado longínquo, muito embora, ainda que escassas, as experiências à mesa se fazem sentir quando o momento o requer.

Logo ele, o livro estava em minhas mãos. Suas páginas folheadas com esmero percebo que muito temos a compartilhar - a autora, o livro e eu.

Seguimos para casa. Há pouco adentrara só àquela livraria, agora éramos os três a compactuar anseios pela leitura. A passos lentos conjecturava a cabeceira da cama, lugar que sempre me encaminha às reflexões, muito embora neste momento a leitura não encontrará eco. Só, neste momento, são elas, as lembranças distantes, que vem clamar pela possibilidade do presente.

E é ela, a autora, que me emoldura a mesa:

LUGAR DE PROPÓSITO
É o plano de Deus nos preparar uma mesa e deixar nosso cálice transbordar.

LUGAR DE PROVISÃO
Ademais, sabedor de nossas necessidades básicas nos dá e jamais nos deixa faltar o pão nosso de cada dia.

LUGAR DE PARTICIPAÇÃO
Sabe que é ao redor da mesa que devemos nos reunir para partir o pão, compartilhar a vide, fazer amigos, criar laços etenos, passá-los de geração à geração. Quem fizer parte da mesa, também terá parte Comigo.

E, ainda que as tarefas diárias venham  somar sobremaneira, a necessidade de fazer acontecer momentos à mesa se faz premente. Resgatar lembranças imemoriais do passado, ainda que distante,  e trazê-las ao hoje; condição "sine qua non".

Edificante leitura. Faz-nos viajar às nossas lembranças mais doces e profundas. Faz-nos querer organizar a mesa sempre que a oportunidade surja. Eu já tive as minhas experiências e não deixo jamais de aproveitá-las, de ocasioná-las. É gratificante sempre.

comentários de Inajá Martins de Almeida
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Titus, Devi  -  A experiência da mesa: descubra o que gera relacionamentos mais profundos e significativos  / Devi Titus; [traduzido por: Maria Eugênia da Silva Fernandes].  -  Rio de Janeiro: Graça, 2011

terça-feira, 13 de março de 2012

RETALHOS DE UMA BIBLIOTECÁRIA

texto de Inajá Martins de Almeida

Era aos meus olhos como estar num conto de fadas. Eu que acostumada fora aos livros, dispostos em amplas estantes, na sala de nossa casa, o qual sentia verdadeira paixão em organizá-los em ordem de assunto: dicionários, enciclopédias, romances, história, geografia, obras gerais – método que eu mesma desenvolvera mediante sentidos práticos dos meus doze anos – agora posso me encontrar numa biblioteca de verdade... continue em ...

segunda-feira, 12 de março de 2012

DIA DO BIBLIOTECÁRIO - 12 de março

Bibliotecária por opção, paixão e convicção, esta sou eu, registro aqui minha homenagem a todos meus colegas de profissão. 

Bibliotecários comprometidos, partícipes dos processos de transformação, uma vez que conosco detemos o conhecimento e este é moeda corrente.

Bibliotecários que rejeitam ser simplesmente disseminadores de informação, com profundos conhecimentos técnicos, mas, sobretudo, que procuram se valer de novos métodos e instrumentos, para levarem essa mesma informação ao usuário.

Bibliotecários que, além de facilitadores da informação, devem ter plena consciência do seu papel social e de educador, fornecendo aos leitores informações adequadas às suas necessidades, respeitando suas individualidades.

Porque, quando pensamos na possibilidade de que cada leitor tenha seu livro, vislumbramos o livre acesso ao conhecimento.  Neste ponto o papel do Bibliotecário se torna fundamental, posto que ele passa a ser o mediador entre o leitor e a informação – entra aqui o Bibliotecário, não mais como simples técnico, mas também como educador. 

Nesse momento, quero também expressar homenagem toda especial àquela que me fez enxergar além da minha profissão. Formou-me além dos bancos acadêmicos. Mestra maior, querida soube levar-me aos retalhos recolhidos vida afora. Porque 

Há pessoas que partem mas nos deixam grande legado. Esta fora Carminda Nogueira de Castro Ferreira, doutora em letras, professora, bibliotecária... continue lendo toda a homenagem em

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comentários de Inajá Martins de Almeida (Bibliotecária e Documentalista)

terça-feira, 6 de março de 2012

LANCE TUA REDE AO MAR

Texto de Inajá Martins de Almeida

Pedro se perdera naquela noite. O fantasma tirava-lhe o sono. A noite era sombria. Silêncio total. A cruz vazia. O sepulcro fechado. Sentinelas a vigiar, entretanto, ao longe estranho e minúsculo pássaro, entoava seu canto noturno. Quase que um lamento. Imperceptível a ouvidos descuidados, prolongava-se ininterrupto do crepúsculo ao romper da aurora, numa vigília diária. Na escuridão ele podia vislumbrar o horizonte, porque ele sabia a quem cantava. Pedro se angustiava.

Quantas vezes também nos perdemos em contradições. Levantamos nossa voz quando devíamos calar. Permanecemos em silêncio, quando devíamos falar. Falamos movidos por ímpetos de ira momentânea, o que realmente não pretendíamos falar. Em retórica, ouvimos o que não gostaríamos de ouvir. Recuamos por demais. Avançamos impensada e impiedosamente. Pior ainda quando o discernimento foge ao entendimento dos fatos. Pensamos até em abandonar o barco... leia o texto em sua íntegra...

sexta-feira, 2 de março de 2012

RETALHOS DE OUTONO - Rita Elisa Seda

clique sobre a imagem para ampliá-la



Retalhos de Saudade 

Inajá Martins de Almeida

A saudade me faz recolher retalhos.
Com eles consigo alinhavar minha solidão
abrir a janela e olhar o nascer do sol
na expectativa de que a manhã
me traga novos alentos.
E penso na amiga distante
e refaço um texto
que me cala profundamente alma
e enquanto me encontro
em tuas linhas
a solidão 
- essa que as vezes me quer tirar a paz -
torna-me feliz
porque, junto aos retalhos
entreteço nossos pensamentos
num alinhavo vibrante
entre retalhos de outono
mesclado a retalhos de leituras.


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capturas de tela e postagem de Inajá Martins de Almeida
para minha amiga Rita Elisa Seda

TAPETE DE SILÊNCIO - Menalton Braff

Parabéns Menalton por mais esse grande sucesso


Lançamento livro de Menalton Braff continue no blog do autor

Tendo como pano de fundo a bucólica cidade de Pouso do Sossego, Menalton Braff, nesta obra, desenvolve sua narrativa em dois planos distintos: ... link para acompanhar toda a sinopse

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pesquisa, captura de foto e publicação de Inajá Martins de Almeida, conforme as fontes citadas

SEGREDOS DOS GRANDES ESCRITORES

Belíssimo estudo nos premia o estudioso Jefferson Magno Costa, quando aponta valiosíssimos segredos sobre a arte de escrever. Subtraí alguns parágrafos, mas a leitura completa do texto é envolvente, quanto mais enriquecedora para os que se lançam ao ofício. Compartilho esses momentos com meus leitores [Inajá Martins de Almeida]
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1º SEGREDO: Antes de verem o primeiro de seus livros publicado, os escritores que obtiveram mais sucesso, exerceram maior influência e marcaram para sempre a história da literatura, tornaram-se grandes conhecedores da língua que usaram.
“Conhecer a língua portuguesa não é privilégio de gramáticos, senão de todo brasileiro que preza sua nacionalidade”... [Napoleão Mendes de Almeida – Gramática Metódica]
Escrever bem requer algo mais do que sólidos conhecimentos linguísticos. Requer sensibilidade, imaginação e um toque pessoal de arte (também conhecido como originalidade). Em uma palavra: talento...   O estudo da gramática não faz escritor, faz filólogo. Só os grandes escritores são capazes de nos ensinar a escrever bem...
Floresça, fale, cante, ouça-se e viva 
A portuguesa língua, e já onde for, 
Senhora vá de si, soberba e altiva; ... [Antonio Ferreira, poeta português (1528-1569) ]

Última flor do Lácio, inculta e bela, 
És, a um tempo, esplendor e sepultura; ... [Olavo Bilac]
...
Não morrerá sem poetas nem soldados 
A língua em que cantaste rudemente 
As armas e o barões assinalados. [Manoel Bandeira homenageando Camões)

Nós, repito, que temos um lastro, uma herança tão rica e tão bela composta de obras literárias que vêm sendo escritas por exímios artistas da palavra, estamos hoje, em muitos aspectos, em uma situação de vergonhoso desconhecimento das riquezas do nosso idioma... 
2º SEGREDO: Os grandes escritores jamais se contentam com a primeira redação dos textos que escrevem. Eles os reescrevem e reescrevem. ... os grandes escritores escreveram muito para eles mesmos, antes de escrever para os outros... É do hábito de sentar-se todos os dias diante de uma folha de papel em branco ou de um teclado de computador, que o nasce livro...
Lutar com palavras 
É a luta mais vã. 
Entanto lutamos 
Mal rompe a manhã... [O lutador – Carlos Drummond de Andrade] 


... “somente as obras bem escritas passam à posteridade, visto que as novas descobertas e os fatos novos fazem com que os livros mais científicos se tornem obsoletos, ultrapassados.” [Discurso sobre o Estilo – Conde de Buffon]    


... um livro, antes de ser publicado, tem de ser revisado, polido, aperfeiçoado, com paciência e cuidado, durante meses, ou até durante anos...leia o texto em sua íntegra 
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Os leitores encontrarão outras referências ao tema acessando os links :


quinta-feira, 1 de março de 2012

O QUE HÁ - Alberto Campos

Fernando Pessoa se incorpora em Alberto de Campos, quando a sentir a dor de uma sociedade do seu tempo, com suas mazelas, suas exigências. 
Essa era a década de 30, o ano registra 1934. 
Um homem se apresenta desgastado, querendo algo, não sabendo exatamente o quê. 
Pergunto-me então: - não estaríamos nós vivendo essa mesma ansiedade? Essa busca inconstante? Esse querer sem sentido? 
Que nos coloca até filosoficamente mortos perante um vazio? E nos enchemos de íssimos, íssimos, íssimos a nos irmanar ao cansaço do autor. 
Belíssimo poema. Podemos refletir muito. Aqui o "eu poético" pode incorporar qualquer um de nós que lemos, que sentimos, que interpretamos, que vivemos e ansiamos meios para minimizar o cansaço inexplicável.
  
comentários de Inajá Martins de Almeida
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O QUE HÁ

O que há em mim é sobretudo cansaço -
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas -
Essas e o que falta nelas eternamente - ;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimo, íssimo, íssimo,
Cansaço...

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O poema “O QUE HÁ” do heterônimo de Fernando Pessoa mais representativo do Modernismo português, Álvaro de Campos, desde a estética, do ponto de vista visual, apresenta versos livres, uma desigualdade de versos por estrofe e as rimas externas (quando existem) não obedecem a uma cadência rimática estruturada em todo texto.  Além disso, conforme o conteúdo semântico, o “eu-lírico” mostra-se cansado diante da realidade em que vive...continue lendo
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PESSOA, Fernando.   Obra poética.   (Poesias de Álvaro de Campos).   Rio de Janeiro,: José Aguilar, 1969, p.393-394