________________________________________


"Entre livros nasci. Entre livros me criei. Entre livros me formei. Entre livros me tornei. Enquanto lia o livro, lia-me, a mim, o livro. Hoje não há como separar: o livro sou eu - Bibliotecária por opção, paixão e convicção".

Lemos porque a necessidade de desvendar e questionar o desconhecido é muito forte em nós”

"O universo literário é sempre uma caixinha de surpresas, em que o leitor aos poucos vai recolhendo retalhos. Livros, textos, frases, poemas, enfim, variadas formas de expressão que vão compondo a colcha de retalhos de uma vida entre livros. É o que se propõe".

Inajá Martins de Almeida

assim...

"Quem me dera fossem minhas palavras escritas. Que fossem gravadas num livro, com pena de ferro e com chumbo. Para sempre fossem esculpidas na rocha! (Jó 19:23/24)

________________________________________________________________

“Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância.”

Fernando Pessoa - Poeta e escritor português (1888 - 1935)

____________________________________________________________________

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

CANÇÃO DA TARDE NO CAMPO - Cecília Meireles

Caminho do campo verde,
estrada depois de estrada.
Cercas de flores, palmeiras,
serra azul, água calada.

            Eu ando sozinha
            no meio do vale.
            Mas a tarde é minha.

Meus pés vão pisando a terra
Que é a imagem da minha vida:
tão vazia, mas tão bela,
tão certa, mas tão perdida!

            Eu ando sozinha
            por cima de pedras.
            Mas a flor é minha.

Os meus passos no caminho
são como os passos da lua:
vou chegando, vais fugindo,
minha alma é a sombra da tua.

            Eu ando sozinha
            por dentro dos bosques.
            Mas a fonte é minha.

De tanto olhar para longe,
não vejo o que passa perto.
subo monte, desço monte,
meu peito é puro deserto.

            Eu ando sozinha,
            ao longo da noite.
            Mas a estrela é minha.


Ao me deparar com este poema, não pude deixar de me encontrar em suas estrofes. Quantas vezes andando sozinhas, subindo e descendo montes, não nos apercebemos de olhar ao nosso redor.
Mas também o quanto é maravilhoso, ainda que estejamos sozinhos, saber que tudo ao nosso redor é nosso.
Cecília Meireles sempre uma surpresa a mais. Versos repletos de lirismo, criativo, imaginativo nos leva a recolher um retalho e tecer sonhos.


comentários Inajá Martins de Almeida
___________________________________

Meireles, Cecília.   Obra poética.   / Cecília Meireles.   Rio de Janeiro: José Aguilar, 1958, pág.229-30,  in: Cadore, Luís Agostinho.   Curso prático de português: programa completo 2º grau.   4ª ed.   São Paulo: Ática, 1996, pág. 19     

Um comentário:

Livraria Móvel & Permanente disse...

Livro maravilhoso para criança, onde a autora numa linguagem simples demonstra seu amor pela vida e sua terra através de conto e imagens. O Livro tem o propósito de levar aos pequenos o conhecimento do que vem a ser poesia, conto e poema. Um livro excelente para professores do ensino fundamental I adquirir e trabalhar em sala de aula com as crianças tornando-as aptas a conhecer o quem vem a ser um poema e até mesmo expor seus sentimentos em forma de versos.