A surpresa. Há outro envelope. Cuidadoso. Trabalhado. Uma pintura, mais representando um bordado à receptora que aprecia detalhe por detalhe. Sem pressa almeja viver intensamente aquele momento mágico a seus olhos.
E sonha. E imagina os anos transcorridos. Aquela "bebezinha" que no mesmo dia do seu aniversário - 27 de março - nascera.
E percebe a força do amor. Esse sentimento inexplicável. O amor!
Agora é Ana Clara que se expressa. Seu coraçãozinho tem olhos. É ele - o coração - que lhe direciona às linhas. Ele sabe que o amor da tia Inajá para com Ana Clara é imenso, forte, não percebe distância.
Ah! amor. Sentimento inexplicável
Noite anterior Ana Clara diz ter a ideia sobre o livro, quando a tia lhe diz sobre o casaquinho de crochê que tecera.
Radiante, sem saber como este seria, passa a imaginá-lo - claro diz o texto.
E, através da tela do computador, quem supor pudera reconhecer as palavras, as quais teceriam o texto. O argumento. O desenrolar da história.
Ela que já se apresentava como leitora assídua, revela o gosto pela escrita.
- Já tenho alguns livros escrito - confessa entre uma escrita e outra no facebook. À sua interlocutora - a tia - uma história dedicaria.
Eis que! Passara minha vida entre livros, agora seria a protagonista de um. Quando imaginar me fora possível.
O carteiro, não o percebo. Os cachorros dão sinais. Latem. Chamam atenção para o fato. Mas... Seus alaridos não encontram eco.
O silêncio respeitoso do profissional. A caixa de correio. O envelope pardo. Apenas aguardam.
Agora a surpresa. Em mãos - o livro. Sensação inexplicável.
Olhos marejados a percorrer as linhas.
Letrinhas bem trabalhadas. Alguns errinhos de português deixam-se levar pela perfeição da imaginação, da escrita, dos desenhos, da formatação, dos detalhes que se encontram nos livros editorados.
E o texto começa como toda história deve começar: - Era uma vez...
Agora é a leitora que agradece a dádiva de ser agraciada com a sobrinha neta.
Ao sobrinho pudera embalar nos braços. Este a presenteia.
Gerações embaladas pelo amor.
Ponto a ponto
o casaquinho anseia o corpinho
da menina que sonha
e faz a tia Inajá sonhar.
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- fotos, montagem, captura de imagens e texto : Inajá Martins de Almeida
- a partir da história escrita e registrada em livro: Ana Clara
Um comentário:
Inajá Martins de Almeida17 de agosto de 2013 09:27
Cara escritora Ely
Acompanho teus textos. Ricas informações. Palavras repletas de lirismo. O dom da escrita lhe fora generoso.
Cartas. Delas, quantas lembranças registradas. Missivas trocadas. Guardadas. Rasgadas.
Quando se pensava que a velocidade do computador traria nova forma de comunicação, como trouxe realmente, as cartas parecem clamar das sombras do esquecimento.
Os correios sempre repletos de pessoas. Modernos. Confiáveis.
Dia desses, meu coração se encheu de carinho e alegria. Era minha sobrinha neta, uma garotinha de apenas 8 anos quem me surpreendia.
Não era apenas uma cartinha corriqueira, mas um livro. Escrito, formatado, ilustrado, montado com esmero ímpar.
Agora, teu texto, este espaço, querer compactuar minha satisfação me remete a estas linhas e lhe apresento o sonho de criança http://retalhosdeleituras.blogspot.com.br/ que ficará registrado, não somente em minhas memórias, mas nesta galáxia internet, para quem quiser usufruir deste momento singular.
Tuas líricas palavras também me levaram às minhas mais tenras lembranças, quando os correios podiam compartilhar sonhos, numa época em que não se imaginava estar frente a uma tela a escrever.
Os dois podem registrar momentos incríveis. No primeiro, as cartas, a letra desenhada, o papel escolhido, a tinta, o envelope, a postagem... a expectativa da recepção. O anseio pela resposta.
No segundo, o tempo a compactuar a nosso favor, mas nem sempre nossa fala encontra eco. Nossos textos comentários. Nossos e-mails respondidos.
Ah! Machado de Assis. O que teria mudado?
Ely. Mais uma vez foram elas, as cartas, que me motivaram a tantas linhas. Ou será tua escrita esmerada. Ou ainda o gosto de me expressar. Quem sabe tudo quanto e mais pudera formar o mix de impressão.
Lindo teu texto. Meu desejo de compartilhar um sonho também grita este espaço. E abro parênteses.
Obrigada por disseminar tuas lembranças e nos deixar adentrar teu universo.
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Ely Vieitez Lisboa - responde
17 de agosto de 2013 10:21
Querida Inajá,
Seus comentários são riquíssimos, mostram sua sensibilidade, erudição, cultura.
Viveu muito tempo entre livros, consubstanciou-se com eles?!
Abri seu Blog.
Um tesouro, sério, com textos belos, informações preciosas.
Efusivas congratulações.
Raramente vi um Blog tão rico e variado.
Você deve ter enorme facilidade para trabalhar com este instrumento moderno, que e a Internet.
Beijos. Ely
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