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"Entre livros nasci. Entre livros me criei. Entre livros me formei. Entre livros me tornei. Enquanto lia o livro, lia-me, a mim, o livro. Hoje não há como separar: o livro sou eu - Bibliotecária por opção, paixão e convicção".

Lemos porque a necessidade de desvendar e questionar o desconhecido é muito forte em nós”

"O universo literário é sempre uma caixinha de surpresas, em que o leitor aos poucos vai recolhendo retalhos. Livros, textos, frases, poemas, enfim, variadas formas de expressão que vão compondo a colcha de retalhos de uma vida entre livros. É o que se propõe".

Inajá Martins de Almeida

assim...

"Quem me dera fossem minhas palavras escritas. Que fossem gravadas num livro, com pena de ferro e com chumbo. Para sempre fossem esculpidas na rocha! (Jó 19:23/24)

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“Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância.”

Fernando Pessoa - Poeta e escritor português (1888 - 1935)

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terça-feira, 30 de novembro de 2010

O SEMEADOR DE IDEIAS - Augusto Cury

Há encontros fascinantes e diálogos surpreendentes. 

O autor nos chama atenção para os grandes pensadores, os grandes filósofos quando então nos exorta que tudo pode acontecer quando eles apenas se encontram "nas páginas dos livros, mas não nos alicerces da psique da juventude. Não basta lê-los, é preciso vivê-los. Quando os livros não estão dentro dos alunos, espere tudo de uma nação. Livros nas bibliotecas são inúteis, não são livros, são papéis e tinta". (pág. 96)

Logo na capa o autor nos chama atenção para nossa atitude, caso o mundo sobre nós desabasse e no prefácio dá sinais do que nos espera nas suas mais de duzentas e cinquenta páginas.


Era "um homem internacionalmente poderoso que descobriu que a existência é uma brincadeira no tempo e que o sucesso é cíclico... percorreu lugares distantes e inóspitos, travou batalhas enormes e depois de muitas fadigas descobriu que tudo o que procurava estava mais próximo do que imaginava". 


Permito-me um adendo. Um chamado a outros textos que se apresentam quando o Senhor nos pede que o invoquemos... "Eu sou aquele que sonda mentes e corações... leia todo o texto em...

foto - Dr. Augusto Cury, Elvio e Inajá - Teatro La Salle (São Carlos/SP) 26/08/2010



"... somos meninos brincando no teatro do tempo... 
todo conhecimento que temos, ainda não nos levou ao subsolo do nosso inconsciente..." continue lendo

Também pude perceber o quanto o tempo fez sua conta em meu viver e mal tive tempo em fazer tanta conta, pois a conta me levava conta sem conta. Trocadilhos, metáforas que passei para o papel, num poema em forma de soneto composto há tempo atrás, quando me dei conta de minhas próprias contas na "CONTA DO TEMPO" ... confira

O mundo desabou sobre esse homem. Tornou-se um colecionador de lágrimas... saiu em busca do seu próprio ser.. fez grandes descobertas... descobriu que a indústria da informação contraiu a formação de mentes pensantes... a sociedade digital estava criando ilhas humanas... 

Mas também "por onde andava reunia pessoas feridas, deprimidas, mutiladas emocionalmente... Cuidou delas como um pai, protegeu-as como um amigo e as nutriu como um semeador de ideias".

Não há como deixar de se envolver em suas linhas. Não há como não se encontrar em traços biográficos irmanados ao personagem e ao autor, porque "a sede de respostas e os questionamentos que pulsavam na mente do protagonista pulsam também em mim"...  como nesta que está a escrever.


Ademais, "os artistas produzem esculturas, mas, às vezes, quem mais se fascina diante das suas obras são os que nunca pegaram em instrumentos para lapidar a madeira o o mármore. Os poetas produzem suas poesias, mas os leitores, ao interpretá-las, podem viajar tanto ou mais nelas, do que os próprios poetas. Na realidade, ao ler um livro os leitores alçam voos particulares, produzem suas próprias obras literárias". (pág. 147/148) 


Caro leitor. Você encontra outros textos em: 

http://momentodeler.blogspot.com.br/

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Comentários e formatação de Inajá Martins de Almeida
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Cury, Augusto.   O semeador de ideias   /   Augusto Cury.  São Paulo: Editora Academia de Inteligência, 2010.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

MONTEIRO LOBATO: o editor do Brasil - Cassiano Nunes

Amo Monteiro Lobato. Com ele nos aventurávamos em seu Sítio, juntamente com seus personagens: primeiro através das páginas dos livros, depois nas telas em preto e branco e a cores, com o passar, embora já adultos, ele continuava fascinando, com suas histórias instigantes. Emília símbolo da  irreverência e rebeldia. Que bom que ele estivesse farto da escrita para marmanjos: 

"Ando com idéias de entrar para esse caminho: livros para crianças. De escrever para marmanjos já me enjoei. Bichos sem graça! Mas, para crianças, um livro é todo um mundo... Tenho em composição um livro absolutamente original - Reinações de Narizinho -... Estou gostando tanto, que brigarei com quem não gostar. Estupendo Rangel! E os novos livros que tenho na cabeça são ainda mais originais. Vou fazer um verdadeiro rocambole infantil, coisa que não acaba mais". 

Em outro trecho fala de descaso por aqueles que serão o futuro desta nação: 

"Uma coisa sempre me horrorizou: foi ver o descaso brasileiro pela criança, isto é, por si mesmo, visto como a criança não passa de nossa projeção para o futuro...". 

Seus textos são atualíssimos, tanto que:

"Fala-se em Pátria, hoje mais do que nunca. Jamais o dispêndio de hinos, versos, conferências, artigos, livros, boletine e discuros foi maior. Mas, no fundo de tudo isso, está a retórica vã, a mentira, a ignorância das verdadeiras necessidades do país. Programa patriótico, e mais que patriótico, humano, só há um: sanear o Brasil"

Eram cartas trocadas nas primeiras décadas do século XX, mas que nos parecem muito familiares aos descasos que ainda vemos em nossos dias. Seus questionamentos, seus alertas quanto a educação ideal leva-o a conclusão de que:

 "... antes de reformarem qualquer coisa ou proporem reformas, os mais adiantados e ilustres líderes educacionais do momento o que devem fazer é reformarem-se a si próprios, isto é aposentarem-se e saírem do caminho" (págs 53/54). "Ah! parece que se chega afinal ao começo... 436 anos para se chegar ao princípio, 436 anos de pré-história... " 

É o desabafa Anísio Teixeira à Lobato, nas correspondências trocadas e registradas nas cinquenta e cinco páginas deste livro, profundo estudo em que Cassiano Nunes, poeta, teatrólogo e ensaísta, considerado por Mariza Lajolo "o nosso maior lobatólogo", a nós disponibiliza. 

Posso concluir também minha indignação pelo desrespeito a natureza, as crianças, aos velhos, a educação - enfim a nós como brasileiros, mas também me consolo, quando leio e transcrevo o que nos fala o autor no referido livro 

"essas palavras de velhas cartas, afortunadamente conservados, plenas de sonho, paixão e indiganação, nos revelam que não estão sós aqueles que, no Brasil, se acham determinados a criar uma pátria melhor, em que a educação substitua o primitivismo e o atraso..." . 


É gratificante pensarmos num Lobato que é nosso; que segundo Godofredo Rangel:

"sabia dizer as coisas próprias de um modo próprio, encarando a vida e as coisas de um modo pessoal".

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Nunes, Cassiano.   Monteiro Lobato: o editor do Brasil   / Cassiano Nunes.  -  Rio de Janeiro: Contraponto: Petrobras, 2000.  56 p.


sexta-feira, 19 de novembro de 2010

CANÇÃO DA TARDE NO CAMPO - Cecília Meireles

Caminho do campo verde,
estrada depois de estrada.
Cercas de flores, palmeiras,
serra azul, água calada.

            Eu ando sozinha
            no meio do vale.
            Mas a tarde é minha.

Meus pés vão pisando a terra
Que é a imagem da minha vida:
tão vazia, mas tão bela,
tão certa, mas tão perdida!

            Eu ando sozinha
            por cima de pedras.
            Mas a flor é minha.

Os meus passos no caminho
são como os passos da lua:
vou chegando, vais fugindo,
minha alma é a sombra da tua.

            Eu ando sozinha
            por dentro dos bosques.
            Mas a fonte é minha.

De tanto olhar para longe,
não vejo o que passa perto.
subo monte, desço monte,
meu peito é puro deserto.

            Eu ando sozinha,
            ao longo da noite.
            Mas a estrela é minha.


Ao me deparar com este poema, não pude deixar de me encontrar em suas estrofes. Quantas vezes andando sozinhas, subindo e descendo montes, não nos apercebemos de olhar ao nosso redor.
Mas também o quanto é maravilhoso, ainda que estejamos sozinhos, saber que tudo ao nosso redor é nosso.
Cecília Meireles sempre uma surpresa a mais. Versos repletos de lirismo, criativo, imaginativo nos leva a recolher um retalho e tecer sonhos.


comentários Inajá Martins de Almeida
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Meireles, Cecília.   Obra poética.   / Cecília Meireles.   Rio de Janeiro: José Aguilar, 1958, pág.229-30,  in: Cadore, Luís Agostinho.   Curso prático de português: programa completo 2º grau.   4ª ed.   São Paulo: Ática, 1996, pág. 19     

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

PÁSSAROS NO FIO - Jarbas Agnelli

Fantástico a criação do ser humano. Realmente quando observamos os pássaros nos fios, mal podemos supor que eles possam estar compondo uma melodia. Mas a realidade é que eles são compositores sim.

http://www.youtube.com/watch?v=16US8Z447LE&feature=related

Maravilhoso o vídeo

sábado, 13 de novembro de 2010

CARTAS A UM JOVEM POETA - Rainer Maria Rilke


"O poeta mais atual e permanente do nosso tempo." Otto Maria Carpeaux
Paris, fevereiro de 1903. Rainer Maria Rilke (1875-1926) recebe uma carta de um jovem chamado Franz Kappus, que aspira tornar-se poeta e que pede conselhos ao já famoso escritor. Tal missiva dá início a uma troca de correspondência na qual Rilke responde aos questionamentos do rapaz e, muito mais do que isso, expõe suas opiniões sobre o que considerava os aspectos verdadeiros da vida. A criação artística, a necessidade de escrever, Deus, o sexo e o relacionamento entre os homens, o valor nulo da crítica e a solidão inelutável do ser humano: estas e outras questões são abordadas pelo maior poeta de língua alemã do século XX, em algumas das suas mais belas páginas de prosa.



Rainer Maria Rilke (1875-1926), poeta nascido em Praga, é um dos autores de língua alemã mais conhecidos no Brasil. Suas obras, que tiveram grande influência sobre mais de uma geração de poetas, vêm sendo publicadas há várias décadas e sempre despertaram muito interesse. Existem, por exemplo, traduções excelentes de textos seus feitos por alguns dos maiores nomes da poesia brasileira, como a versão de Manuel Bandeira para “Torso arcaico de Apolo”, ou de Cecília Meireles para “A canção de amor e de morte do porta-estandarte Cristóvão Rilke”, ou as várias versões feitas por Augusto de Campos, que em 1994 publicou uma coletânea de vinte poemas de Rilke e, em 2001, um novo livro no qual acrescentou mais quarenta poemas traduzidos.
  
Leia mais:


Uma passagem que a mim chamou muita atenção quando ele diz:
 "ser artista significa: não calcular nem contar; amadurecer como uma árvore que não apressa a sua seiva e permanece confiante durante a tempestade da primavera, sem o temor de que o verão não possa vir depois. Ele vem apesar de tudo".
Noutro ponto: 
"Gosto de saber que meus livros estão em suas mãos". 

Transcrição e comentários de Inajá Martins de Almeida
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Rilke, Rainer Maria.   Cartas a um jovem poeta.   /  Rainer Maria Rilke.   Tradução de Pedro Susseking.   Porto Alegre, L&PM Pocket, 2010.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

AÇÃO CULTURAL NA TERCEIRA IDADE - Adilson Marques (org.)

O autor nos dá pistas de que "nossas lembranças mais pessoais podem vir morar aqui", quando então leva os trinta e dois participantes do curso de criação de texto pela Universidade Aberta da Terceira Idade (UATI) na cidade de São Carlos/SP, a exteriorizarem suas memórias virtuais, que se encontram em seus interiores e produzirem textos, os quais figuram no livro.

Num momento em que o envelhecimento ganha destaque e a expectativa de vida, com qualidade, galga patamares mais elevados, essa geração busca se interrelacionar para poder deixar legados para as gerações vindouras, no afã de que as memórias não se percam - aquelas que ainda estão e fazem tanta presença.

São retalhos que falam da saudade de uma figueira - "árvore de grande porte, raízes profundas e galhos enormes como se fossem braços abertos para o céu. Sua sombra acolhia a todos sem distinção". (Maria Cavallaro). O trazer a mente lembranças passadas, mas que parecem tão presentes. A velha estação! Quem não se lembra dos trens, a partida, o apito, as paisagens bucólicas. "eu ficava admirada vendo as pessoas que partiam ou que chegavam, as famílias e os amigos se encontrando ou se despedindo. Quase todos tinham lágrimas nos olhos. Alguns de alegria e outros de tristeza, já manifestando saudade de quem partia". (Jeni Diniz)
E todos tem um conto a contar. Um ponto a acrescentar às suas memórias, uma vez que "o ato de escrever e de narrar um texto é um dos mais significativos recursos em qualquer trabalho de anima-ação cultural", como tão bem exorta Adilson.

O autor Adilson Marques é graduado em Geografia pela USP, mestrado em Educação Comunitária e doutorado em Antropologia das Organizações. Desde 2003 leciona na Universidade Aberta da Terceira Idade (UATI, na cidade de São Carlos/SP.
No link podemos acompanhar uma de suas palestras no dia 09 de novembro de 2010, no SESC São Carlos/SP

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comentários: Inajá Martins de Almeida

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Marques, Adilson (org.)   -  Ação cultural na terceira idade: a criação de textos e a dimensão subjetiva do envelheciento  -  Adilson Marques (org.)  /  São Carlos: BN, 2010.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

VISITAS BLOG - 09 de novembro de 2010

3.000
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Caros visitantes

Chegamos a marca das 3.000 visitas em todo o mundo -
período de 03 de fevereiro à 09 de novembro de 2010 (279 dias).

Foram 96 retalhos que aos poucos teceram e continuarão tecendo o universo literário.


(clique na imagem para ampliá-la)

É com grande alegria que agradeço a todos quantos estão participando com ricos comentários, sugestões, visitas.

Que os retalhos venham compor tantas colchas quantas forem as expectativas daqueles que dedicaram e continuarão dedicando tempo a este espaço.

Continuaremos juntos tecer leituras que os retalhos inspiram.

Inajá Martins de Almeida

São Carlos - 09 de novembro de 2010