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"Entre livros nasci. Entre livros me criei. Entre livros me formei. Entre livros me tornei. Enquanto lia o livro, lia-me, a mim, o livro. Hoje não há como separar: o livro sou eu - Bibliotecária por opção, paixão e convicção".

Lemos porque a necessidade de desvendar e questionar o desconhecido é muito forte em nós”

"O universo literário é sempre uma caixinha de surpresas, em que o leitor aos poucos vai recolhendo retalhos. Livros, textos, frases, poemas, enfim, variadas formas de expressão que vão compondo a colcha de retalhos de uma vida entre livros. É o que se propõe".

Inajá Martins de Almeida

assim...

"Quem me dera fossem minhas palavras escritas. Que fossem gravadas num livro, com pena de ferro e com chumbo. Para sempre fossem esculpidas na rocha! (Jó 19:23/24)

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“Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância.”

Fernando Pessoa - Poeta e escritor português (1888 - 1935)

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sábado, 19 de maio de 2012

O TERCEIRO ATO DA VIDA


por Inajá Martins de Almeida

Manhã fria nesta cidade de São Carlos. Como todas as manhãs, inicio minha rotina. Abro a caixa de mensagens. Verifico as postagens no facebook. Algumas vezes encontro amigos. Pausa para uma boa conversa. Eis que matéria interessante encaminha-me ao vídeo. Logo a mente inquiridora, leva-me às pesquisas. Estas me motivam aos alinhavos.

Ontem, ao conversar com os jovens em sala de aula, falávamos sobre o tempo e como este pode influenciar nosso caminhar. Nossos sonhos. Nossas expectativas. Nossas metas. Milênios percorridos pelo homem sem que grandes transformações se tornassem visíveis no seu viver, no seu fazer.

Entretanto, pouco mais de dois séculos foram suficientes para que nosso conhecimento caminhasse a passos galopantes. Da agricultura, à revolução industrial, à era da tecnologia. Sabe-se lá o que nos aguarda o futuro próximo.

O fazer cedeu lugar ao ser. E o mundo não mais se encontrou o mesmo. Nós não somos mais os mesmos.  O diferencial, contudo, está no que fazemos para minimizar o estresse que todo esse avanço tem causado à humanidade.

Dizia-lhes que jamais me imaginara estar à frente, numa sala de aula. Em minha adolescência abrira mão do curso “Normal”. Incomodava-me o pensar professora. Partira apenas para o “Clássico”.

Todavia, não abri mão dos livros e a opção veio. Bibliotecária. Acostumara-me aos livros. Os mesmos iriam me levar aos conhecimentos técnicos para a carreira profissional. Salas de leituras. Projetos de implantação de bibliotecas. Jamais as salas de aula. Entretanto, abro parêntesis, para confessar ser gratificante este momento.

Enquanto notícias alarmantes. Professores que abdicam à profissão, convidada sou a participar de ousado projeto de trabalho e capacitação para jovens adolescentes - RASC. De pronto vibro com a perspectiva de mais um desafio, entre tantos que forjaram minha escalada profissional. Decorridos dois anos escrevo com satisfação inimaginável mais um ato em minha história.

Percebi que adentrei o terceiro ato de minha existência com garra inexplicável. Desejo imenso de fazer. De participar. De contar. De transmitir meus retalhos. Minhas lembranças. Minhas experiências. De registrar em blogs, em artigos, em leituras, em imagens, encontros vários.

Relatar que fascinante se torna a revolução da longevidade. Saber que podemos ter qualidade de vida, quando a ciência nos propicia anos acrescentados a mais. Quando a gama de informação nos leva a criar em nós expectativa para um viver saudável, no corpo, na mente e, principalmente, no espírito.

Não percebo tanto a matemática. Os jovens na faixa etária dos quinze anos. Eu a multiplica-la por quatro. Risadas múltiplas pela observação. Eu a transmitir experiências vividas e vivenciadas. Motivando aos alinhavos dos temas propostos. Eles a compactuarem a juventude e a expectativa pelo futuro que estão a escrever. É a história que está sendo registrada. São as bagagens encontradas nas mochilas.   
 
E os retalhos me encontram. São eles que passam a me escrever dia após dia. Assim fora esta manhã.

Confesso, contudo, que sou resistente, em parte, as inovações tecnológicas. Computador. Internet. Salas de bate-papo. Orkut. Facebook. Todavia, muito tem me valido às pesquisas. A criação de meus blogs – cada qual com sua abrangência. Não saberia mais ver meus dias passarem sem aquela visita diária. Alguma postagem. Assim, comentara ser o tempo abreviado quando nossas atividades se multiplicam.

Nesta manhã, é a postagem no Facebook, efetuada por Heitor Augusto que me chama ao tema que tanto me fascina e envolve - longevidade. 


Uma atriz – Jane Fonda. Há muito acompanho seu trabalho. Mulher linda. Talentosa. Família de artistas. Escritora. Palestrante. Motivadora. A mim pode me levar a novas pesquisas. Às linhas.

Ela que, aos setenta e quatro anos, chama-me atenção especial, quando envolta às metáforas do envelhecimento vale-se da escada para a ascensão do “espírito humano”, leva-me a questionar a escalada de minha existência.  Gostei imensamente do que ouvi. Do que li.

Há poucos dias presenciei o desenlace de meu pai aos noventa e quatro anos. Embora seu corpo mostrasse a fragilidade dos anos, sua mente mantinha-se intacta.   Pude então abstrair de que na atualidade o tempo que nos propicia o terceiro ato da existência pode ser melhor do que os vividos em quantidade maior de números.

Com certeza não terei outros sessenta e dois anos para desfrutar nesta terra. Porém, posso imaginar que poderei ter qualidade melhor se aproveitar os anos que a mim forem dispensados. Vibro com essa perspectiva.

Transmito aos jovens essa experiência. A eles um vasto horizonte aberto. Os anos multiplicados em número. A mim números somados a qualidade que venha agregar aos anos restantes. Fantástica matemática.

Como então viver nossos últimos anos com sucesso?

E de Jane Fonda, posso compactuar as palavras: - valendo-nos da escada para nossa ascensão espiritual. Reavaliando nossa existência. Servindo como exemplo do viver bem para gerações vindouras. Sentindo a idade como potencial não como patologia.

Magnífica manhã. Inspiradora mensagem. Encontros motivadores. Alinhavos profícuos entretecem nosso existir.

veja mais:




*Jane Fonda: o novo livro, Prime Time: Love, Health, Sex, Fitness, fala sobre o que ela chama de terceiro ato de sua vida. Jane admite no texto que ainda se preocupa com a aparência e que sua idade a obrigou a diminuir o ritmo da rotina de exercícios físicos. A atriz foi uma das pioneiras nos vídeos que ensinavam e estimulavam as mulheres a malharem, mas depois admitiu recorrer a cirurgias plásticas. 
A filha do lendário ator, Henry Fonda, Jane nasceu e cresceu na cidade de Nova Iorque. Depois de ter estudado arte no Vassar College, voltou-se para a moda e o estudo da arte de representar. Depois do primeiro êxito no filme “Até os Fortes Vacilam” (Tall Story), em 1960, a sua carreira seguiu o rumo do sucesso. 
Nome completo: Jane Seymour Fonda, atriz e escritora. Sua história tem final feliz: na terceira idade, Jane venceu a batalha contra um câncer no seio, voltou ao cristianismo, continua a escrever livros e a promovê-los na mídia. Reaproximou-se dos filhos e tornou-se avó amorosa.

Aos 75 anos de idade observou: "Ainda vivemos sob o antigo modelo, no qual a idade é vista como uma patologia, uma doença”. .. leia toda a matéria em  

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Dra. Rita Levi-Montalcini - professora, cientista, exemplo de determinação, longevidade. Aos 100 anos demonstra a jovialidade dos 20 anos, demonstrando que o cérebro pode se manter ativo enquanto o corpo enruga. 

2 comentários:

Unknown disse...

"Não são anos que se acrescenta a vida que virão a validá-la, mas sim a vida que se acrescenta aos momentos, aos dias" - Elanklever

Lena Rodriguez disse...

E eu, caríssima Inajá, vibrei com seus retalhos e compactuo igualmente as palavras da Jane Fonda: "...valendo-nos da escada para nossa ascensão espiritual. Reavaliando nossa existência. Servindo como exemplo do viver bem para gerações vindouras. Sentindo a idade como potencial não como patologia."
Pois é isto que vivo e me movo no meu dia a dia.
Um grande abraço,