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"Entre livros nasci. Entre livros me criei. Entre livros me formei. Entre livros me tornei. Enquanto lia o livro, lia-me, a mim, o livro. Hoje não há como separar: o livro sou eu - Bibliotecária por opção, paixão e convicção".

Lemos porque a necessidade de desvendar e questionar o desconhecido é muito forte em nós”

"O universo literário é sempre uma caixinha de surpresas, em que o leitor aos poucos vai recolhendo retalhos. Livros, textos, frases, poemas, enfim, variadas formas de expressão que vão compondo a colcha de retalhos de uma vida entre livros. É o que se propõe".

Inajá Martins de Almeida

assim...

"Quem me dera fossem minhas palavras escritas. Que fossem gravadas num livro, com pena de ferro e com chumbo. Para sempre fossem esculpidas na rocha! (Jó 19:23/24)

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“Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância.”

Fernando Pessoa - Poeta e escritor português (1888 - 1935)

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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

SONETO DE NATAL - Machado de Assis

Um homem, — era aquela noite amiga,
Noite cristã, berço do Nazareno, —
Ao relembrar os dias de pequeno,
E a viva dança, e a lépida cantiga,



Quis transportar ao verso doce e ameno
As sensações da sua idade antiga,
Naquela mesma velha noite amiga,
Noite cristã, berço do Nazareno.



Escolheu o soneto... A folha branca
Pede-lhe a inspiração; mas, frouxa e manca,
A pena não acode ao gesto seu.



E, em vão lutando contra o metro adverso,
Só lhe saiu este pequeno verso:
"Mudaria o Natal ou mudei eu?"




Na década de 70, quando então trabalhava na biblioteca David Santos, no Sindicato dos Contabilistas de São Paulo, um soneto me encontra e jamais de mim se aparta.
Não posso precisar de onde ele viera, quem o trouxera, apenas sei que desse dia em diante houve uma grande transformação em mim. Já não mais conseguia enxergar o natal da mesma forma.
O tempo passou, o registro daquele encontro não foi possível e a busca foi incessante, até que, um dia, a internet me encontra e lá estava ele, não apenas um mais vários, poderia ser escolhido em sites diversos - Soneto de Natal de Machado de Assis.
Que maravilhoso encontro. 
Sim caro amigo escritor, os tempos mudaram, se transformaram, trouxeram novos veículos de comunicação. Enriqueceram-nos por vários ângulos, porém, empobreceram-nos em outros tantos, mas o que sei somente é que tentei colocar minhas palavras inspiradas em suas  - caro poeta, brilhante escritor. 
Perdoe-me por não conseguir o esmero da rima, da colocação dos versos, mas foi o melhor que pude absorver.
Esse encontro somente foi possível pois a mudança ocorrera. 
Assim, não há dúvidas de que mudamos realmente dia após dia, o que também é necessário, porque afinal: 


"Mudaria o natal ou mudei eu"




MUDANÇAS


Inajá Martins de Almeida


Uma mulher - retalhos de lembrança
Do natal, noite fria.
O céu azul, raios de luar, a poesia
Traz para seu coração, bonança.

De vazias mãos se lança ao verso.
Quer para o papel transportar
A memória, já quase a se apagar,
Na contramão do metro, adverso.

E o soneto busca as rimas, enquanto a pena
Vacila e rodopia, entre a inspiração
Do momento e a saudade que sente

Daquele frio natal - noite nazarena!
E, do passado, a buscar a criança, em vão,
No presente encontra a mulher - seu melhor presente!

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