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"Entre livros nasci. Entre livros me criei. Entre livros me formei. Entre livros me tornei. Enquanto lia o livro, lia-me, a mim, o livro. Hoje não há como separar: o livro sou eu - Bibliotecária por opção, paixão e convicção".

Lemos porque a necessidade de desvendar e questionar o desconhecido é muito forte em nós”

"O universo literário é sempre uma caixinha de surpresas, em que o leitor aos poucos vai recolhendo retalhos. Livros, textos, frases, poemas, enfim, variadas formas de expressão que vão compondo a colcha de retalhos de uma vida entre livros. É o que se propõe".

Inajá Martins de Almeida

assim...

"Quem me dera fossem minhas palavras escritas. Que fossem gravadas num livro, com pena de ferro e com chumbo. Para sempre fossem esculpidas na rocha! (Jó 19:23/24)

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“Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância.”

Fernando Pessoa - Poeta e escritor português (1888 - 1935)

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terça-feira, 19 de novembro de 2013

QUANDO AS PALAVRAS NOS ENCONTRAM

Poeta, filósofo, atributos tais.
As palavras transbordam e alcançam almas sensíveis. 

A idade, os anos percorridos não traem a criança que permanece. 

Emocionei-me a esse encontro. 

Novamente elas - as palavras - foram responsáveis pelo encontro nesta manhã, através do facebook.

Em outra ocasião já o houvera encontrado - poeta único em estilo. 

Agora se me apresenta a questionar a palavra amor, a se encontrar vazia - "não tem gente dentro dela". 

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Porém, percebi que 

Foram as palavras que nos encontraram!
Elas sempre encontram jeito de nos encontrar... 

Foram as palavras que nos encantaram!
Elas tem seus meandros para nos encantar...

"Se a palavra amor está vazia" 
Ela encontrará forma para encher - de amor.

Inajá Martins de Almeida

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Incrível. Ao passar por uma das ruas do centro da cidade de São Carlos, vários livros na calçada deixados ao lixo. 


Estanco perplexa. Obras clássicas abandonadas ao léu. 


Uma delas distribuição gratuita da Secretaria da Educação de São Paulo. Seu autor Manoel de Barros. 


Não pensei duas vezes, imediatamente me apossei dos livros e seu destino, minha própria biblioteca. 


As Memórias Inventadas foram tomando forma dentro de mim. 


E é Manoel de Barros que me chama atenção em suas linhas quando me questionava o desprezo para uma obra, mas se "tudo o que o homem fabrica vira sucata" (pág. 36), porque a estranheza.


Manoel de Barros menino que "queria ser fraseador". Que não gostava de palavras "engavetadas. Aquela que não pode mudar de lugar".    


Menino que aprendeu "a gostar mais das palavras pelo que elas entoam do que pelo que elas informam". (pág. 41)


Menino que nos fala:  " uso a palavra para compor meus silêncios. Não gosto das palavras fatigadas de informar. Só uso a palavra para compor meus silêncios... Tenho abundância de ser feliz... Meu quintal é maior do que o mundo. Sou um apanhador de desperdício. Amo os restos..."

Todas as suas 160 páginas nos convidam aos devaneios. Tira-nos do convencional. Leva-nos a resgatar a simplicidade de um pássaro, o som de um grilo "que podia desmontar os silêncios de uma noite porque quem se aproxima das origens se renova". (pág.109)  


A jovem que deixou o livro a mercê da sucata um dia, quem sabe, poderá se lembrar de que fugidias as mãos deixaram voar o pássaro que a levaria a jamais se apartar da sua infância.


Encontrei Manoel de Barros. Ou fora Manoel de Barros que me quisera encontrar!


Para mim, isto é a verdadeira felicidade. 


Sonho de uma sonhadora, que sonha sonhos de realizar. 


Inajá Martins de Almeida

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