Em outra ocasião já o houvera encontrado - poeta único em estilo.
Agora se me apresenta a questionar a palavra amor, a se encontrar vazia - "não tem gente dentro dela".
Porém, percebi que
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Incrível. Ao passar por uma das ruas do centro da cidade de São Carlos, vários livros na calçada deixados ao lixo.
Estanco perplexa. Obras clássicas abandonadas ao léu.
Uma delas distribuição gratuita da Secretaria da Educação de São Paulo. Seu autor Manoel de Barros.
Não pensei duas vezes, imediatamente me apossei dos livros e seu destino, minha própria biblioteca.
As Memórias Inventadas foram tomando forma dentro de mim.
E é Manoel de Barros que me chama atenção em suas linhas quando me questionava o desprezo para uma obra, mas se "tudo o que o homem fabrica vira sucata" (pág. 36), porque a estranheza.
Manoel de Barros menino que "queria ser fraseador". Que não gostava de palavras "engavetadas. Aquela que não pode mudar de lugar".
Menino que aprendeu "a gostar mais das palavras pelo que elas entoam do que pelo que elas informam". (pág. 41)
Todas as suas 160 páginas nos convidam aos devaneios. Tira-nos do convencional. Leva-nos a resgatar a simplicidade de um pássaro, o som de um grilo "que podia desmontar os silêncios de uma noite porque quem se aproxima das origens se renova". (pág.109)
A jovem que deixou o livro a mercê da sucata um dia, quem sabe, poderá se lembrar de que fugidias as mãos deixaram voar o pássaro que a levaria a jamais se apartar da sua infância.
Encontrei Manoel de Barros. Ou fora Manoel de Barros que me quisera encontrar!
Para mim, isto é a verdadeira felicidade.
Sonho de uma sonhadora, que sonha sonhos de realizar.
Inajá Martins de Almeida
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