Ouvindo histórias da avó, da mãe e do pai, Fabiano dos Santos, torna-se escritor. Creio que acontece tal fato com muitos de nós, que chegamos aos livros, que levamos nossas linhas a grande rede, ou que simplesmente enchemos cadernos com nossas lembranças e as guardamos no fundo de alguma gaveta.
Eu também tenho um pai que se dedicou a história de personagens e cidades, havendo editado alguns livros, revistas e artigos em jornais.
Uma mãe que nos contava histórias como ninguém - claro na expressão da filha. Além do mais me ensinava também o gosto pelas linhas e lãs através das agulhas.
Assim digo sempre que nas linhas aprendi tanto a tecer trabalhos manuais como tecer palavras. Tornei-me artesã das linhas e das lãs, ao ponto de não mais delas me apartar.
Em determinado momento, vejo-me a escrever que entre livros nasci, entre livros me criei, entre livros me formei, entre livros me tornei, agora não há como separar - o livro sou eu.
Assim muito me chamou atenção as palavras de Fabiano quando por meio da entrevista concedida a Regina Ribeiro para o Jornal on line O Povo, diz que :
"Eu tinha uma avó que contava histórias encantando as palavras, um pai que conta histórias sem medir as palavras e uma mãe que lê nas entrelinhas das palavras. Aquilo me encantava e foi vital na minha formação leitora. Tomava suas vozes emprestadas. Mãe lia para a gente dormir, Vó contava para a gente acordar para o mundo e Pai narrava suas aventuras como se sua vida fosse um romance de cordel. Queria ser poeta e fui me tornando leitor assim, embrenhando-se no mundo que mora dentro e fora das palavras. Pois sou daqueles que acreditam que as palavras podem fazer coisas com a gente, mas que também podemos fazer coisas com as palavras".
O diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Ministério da Cultura/Fundação Biblioteca Nacional, Fabiano dos Santos é um cearense que desde menino gosta das palavras...leia a entrevista completa
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