"Entre livros nasci. Entre livros me criei. Entre livros me formei. Entre livros me tornei. Enquanto lia o livro, lia-me, a mim, o livro. Hoje não há como separar: o livro sou eu - Bibliotecária por opção, paixão e convicção".
Lemos porque a necessidade de desvendar e questionar o desconhecido é muito forte em nós”
"O universo literário é sempre uma caixinha de surpresas, em que o leitor aos poucos vai recolhendo retalhos. Livros, textos, frases, poemas, enfim, variadas formas de expressão que vão compondo a colcha de retalhos de uma vida entre livros. É o que se propõe".
Inajá Martins de Almeida
assim...
"Quem me dera fossem minhas palavras escritas. Que fossem gravadas num livro, com pena de ferro e com chumbo. Para sempre fossem esculpidas na rocha! (Jó 19:23/24)
Manhã fria nesta cidade de São
Carlos. Como todas as manhãs, inicio minha rotina. Abro a caixa de mensagens.
Verifico as postagens no facebook. Algumas vezes encontro amigos. Pausa para uma
boa conversa. Eis que matéria interessante encaminha-me ao vídeo. Logo a mente
inquiridora, leva-me às pesquisas. Estas me motivam aos alinhavos.
Ontem, ao conversar com os jovens em
sala de aula, falávamos sobre o tempo e como este pode influenciar nosso
caminhar. Nossos sonhos. Nossas expectativas. Nossas metas. Milênios
percorridos pelo homem sem que grandes transformações se tornassem visíveis no
seu viver, no seu fazer.
Entretanto, pouco mais de dois
séculos foram suficientes para que nosso conhecimento caminhasse a passos
galopantes. Da agricultura, à revolução industrial, à era da tecnologia. Sabe-se
lá o que nos aguarda o futuro próximo.
O fazer cedeu lugar ao ser. E o
mundo não mais se encontrou o mesmo. Nós não somos mais os mesmos. O diferencial, contudo, está no que fazemos
para minimizar o estresse que todo esse avanço tem causado à humanidade.
Dizia-lhes que jamais me imaginara
estar à frente, numa sala de aula. Em minha adolescência abrira mão do curso
“Normal”. Incomodava-me o pensar professora. Partira apenas para o “Clássico”.
Todavia, não abri mão dos livros e a
opção veio. Bibliotecária. Acostumara-me aos livros. Os mesmos iriam me levar aos
conhecimentos técnicos para a carreira profissional. Salas de leituras. Projetos
de implantação de bibliotecas. Jamais as salas de aula. Entretanto, abro
parêntesis, para confessar ser gratificante este momento.
Enquanto notícias alarmantes. Professores
que abdicam à profissão, convidada sou a participar de ousado projeto de
trabalho e capacitação para jovens adolescentes - RASC. De pronto vibro com a
perspectiva de mais um desafio, entre tantos que forjaram minha escalada
profissional. Decorridos dois anos escrevo com satisfação inimaginável mais um
ato em minha história.
Percebi que adentrei o terceiro ato
de minha existência com garra inexplicável. Desejo imenso de fazer. De
participar. De contar. De transmitir meus retalhos. Minhas lembranças. Minhas
experiências. De registrar em blogs, em artigos, em leituras, em imagens, encontros
vários.
Relatar que fascinante se torna a
revolução da longevidade. Saber que podemos ter qualidade de vida, quando a
ciência nos propicia anos acrescentados a mais. Quando a gama de informação nos
leva a criar em nós expectativa para um viver saudável, no corpo, na mente e,
principalmente, no espírito.
Não percebo tanto a matemática. Os
jovens na faixa etária dos quinze anos. Eu a multiplica-la por quatro. Risadas
múltiplas pela observação. Eu a transmitir experiências vividas e vivenciadas.
Motivando aos alinhavos dos temas propostos. Eles a compactuarem a juventude e a
expectativa pelo futuro que estão a escrever. É a história que está sendo
registrada. São as bagagens encontradas nas mochilas.
E os retalhos me encontram. São eles
que passam a me escrever dia após dia. Assim fora esta manhã.
Confesso, contudo, que sou
resistente, em parte, as inovações tecnológicas. Computador. Internet. Salas de
bate-papo. Orkut. Facebook. Todavia, muito tem me valido às pesquisas. A
criação de meus blogs – cada qual com sua abrangência. Não saberia mais ver
meus dias passarem sem aquela visita diária. Alguma postagem. Assim, comentara
ser o tempo abreviado quando nossas atividades se multiplicam.
Nesta manhã, é a postagem no
Facebook, efetuada por Heitor Augusto que me chama ao tema que tanto me fascina
e envolve - longevidade.
Uma atriz – Jane Fonda. Há muito acompanho seu
trabalho. Mulher linda. Talentosa. Família de artistas. Escritora. Palestrante.
Motivadora. A mim pode me levar a novas pesquisas. Às linhas.
Ela que, aos setenta e quatro anos,
chama-me atenção especial, quando envolta às metáforas do envelhecimento
vale-se da escada para a ascensão do “espírito humano”, leva-me a questionar a
escalada de minha existência. Gostei
imensamente do que ouvi. Do que li.
Há poucos dias presenciei o
desenlace de meu pai aos noventa e quatro anos. Embora seu corpo mostrasse a
fragilidade dos anos, sua mente mantinha-se intacta. Pude então abstrair de que na atualidade o
tempo que nos propicia o terceiro ato da existência pode ser melhor do que os
vividos em quantidade maior de números.
Com certeza não terei outros
sessenta e dois anos para desfrutar nesta terra. Porém, posso imaginar que
poderei ter qualidade melhor se aproveitar os anos que a mim forem dispensados.
Vibro com essa perspectiva.
Transmito aos jovens essa
experiência. A eles um vasto horizonte aberto. Os anos multiplicados em número.
A mim números somados a qualidade que venha agregar aos anos restantes.
Fantástica matemática.
Como então viver nossos últimos anos
com sucesso?
E de Jane Fonda, posso compactuar as
palavras: - valendo-nos da escada para nossa ascensão espiritual. Reavaliando
nossa existência. Servindo como exemplo do viver bem para gerações vindouras.
Sentindo a idade como potencial não como patologia.
*Jane Fonda: o novo livro, Prime Time: Love, Health, Sex, Fitness, fala sobre o que ela chama de terceiro ato de sua vida. Jane admite no texto que ainda se preocupa com a aparência e que sua idade a obrigou a diminuir o ritmo da rotina de exercícios físicos. A atriz foi uma das pioneiras nos vídeos que ensinavam e estimulavam as mulheres a malharem, mas depois admitiu recorrer a cirurgias plásticas.
A filha do lendário ator, Henry Fonda, Jane nasceu e cresceu na cidade de Nova Iorque. Depois de ter estudado arte no Vassar College, voltou-se para a moda e o estudo da arte de representar. Depois do primeiro êxito no filme “Até os Fortes Vacilam” (Tall Story), em 1960, a sua carreira seguiu o rumo do sucesso.
Nome completo: Jane Seymour Fonda, atriz e escritora. Sua história tem final feliz: na terceira idade, Jane venceu a batalha contra um câncer no seio, voltou ao cristianismo, continua a escrever livros e a promovê-los na mídia. Reaproximou-se dos filhos e tornou-se avó amorosa.
Aos 75 anos de idade observou: "Ainda vivemos sob o antigo modelo, no qual a idade é vista como uma patologia, uma doença”. .. leia toda a matéria em
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Dra. Rita Levi-Montalcini - professora, cientista, exemplo de determinação, longevidade. Aos 100 anos demonstra a jovialidade dos 20 anos, demonstrando que o cérebro pode se manter ativo enquanto o corpo enruga.
"Há pessoas que partem. Apenas partem. Há pessoas que partem e se vão. Mas há pessoas que se vão e não partem". Inajá Martins de Almeida
Já com idade avançada, nos seus noventa e quatro anos, vejo meu pai. Quieto, absorto nas leituras, sempre concentrado em seus pensamentos.
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Ora lê. Ora escreve. Pouco fala. A audição e os passos lentos, lhe dão sinais da longevidade, mas a mente, mostra lucidez aguçada, que o tempo não corrompe.
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Leitor perspicaz, a memória não o condena. O passado, no presente, está sempre a colocar na pauta do dia. Nem ao menos uma vista além de um ponto lhe passa despercebida.
Os livros - paixão sempre presente. Interessado pela leitura e pelo transmitir o gosto e o saber de sua importância, tem no interesse da nova geração o galardão maior. Ademais
O carinho dispensado às suas postagens. Comentários enriquecedores. Agradecimento ímpar a todos os que tornaram vivos os retalhos. O universo virtual, real em cada encontro.
Leituras alinhavadas de retalhos recolhidos.
Retalhos de leituras que entretecem o meu recolher retalhos.
O meu alinhavar leituras neste universo internet.
Meu carinho.
Meu agradecimento.
Meu retalho em leituras. Meus leitores virtuais, mas tão reais.
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captura de tela, montagem e postagem de Inajá Martins de Almeida