Caminho do campo verde,
estrada depois de estrada.
Cercas de flores, palmeiras,
serra azul, água calada.
Eu ando sozinha
no meio do vale.
Mas a tarde é minha.
Meus pés vão pisando a terra
Que é a imagem da minha vida:
tão vazia, mas tão bela,
tão certa, mas tão perdida!
Eu ando sozinha
por cima de pedras.
Mas a flor é minha.
Os meus passos no caminho
são como os passos da lua:
vou chegando, vais fugindo,
minha alma é a sombra da tua.
Eu ando sozinha
por dentro dos bosques.
Mas a fonte é minha.
De tanto olhar para longe,
não vejo o que passa perto.
subo monte, desço monte,
meu peito é puro deserto.
Eu ando sozinha,
ao longo da noite.
Mas a estrela é minha.
Ao me deparar com este poema, não pude deixar de me encontrar em suas estrofes. Quantas vezes andando sozinhas, subindo e descendo montes, não nos apercebemos de olhar ao nosso redor.
Mas também o quanto é maravilhoso, ainda que estejamos sozinhos, saber que tudo ao nosso redor é nosso.
Cecília Meireles sempre uma surpresa a mais. Versos repletos de lirismo, criativo, imaginativo nos leva a recolher um retalho e tecer sonhos.
comentários Inajá Martins de Almeida
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Meireles, Cecília. Obra poética. / Cecília Meireles. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1958, pág.229-30, in: Cadore, Luís Agostinho. Curso prático de português: programa completo 2º grau. 4ª ed. São Paulo: Ática, 1996, pág. 19
Livro maravilhoso para criança, onde a autora numa linguagem simples demonstra seu amor pela vida e sua terra através de conto e imagens. O Livro tem o propósito de levar aos pequenos o conhecimento do que vem a ser poesia, conto e poema. Um livro excelente para professores do ensino fundamental I adquirir e trabalhar em sala de aula com as crianças tornando-as aptas a conhecer o quem vem a ser um poema e até mesmo expor seus sentimentos em forma de versos.
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