domingo, 10 de março de 2024

MODERNIDADE LÍQUIDA




Um dos maiores pensadores do século XX, Zygmunt Bauman, sociólogo e filósofo polonês, alertava-nos para uma “Modernidade Líquida”, em que tudo era imediatismo e fluídico. Nada era para sempre. O mais interessante, que encontrei uma frase que diz muito sobre nossa realidade e muito também, sobre cada um de nós:

“O velho limite sagrado entre o horário de trabalho e o tempo pessoal desapareceu. Estamos permanentemente disponíveis, sempre no posto de trabalho”.

Agora a questão é:

- Será que estamos sempre disponíveis para o trabalho e indisponíveis para uma convivência, para um telefonema, um abraço apertado, uma visita esperada e aguardada?

- Será que não é possível colocar limites aos nossos horários e ao nosso tempo pessoal?

- Seria mesmo possível nosso tempo pessoal desaparecer, ou apenas um subterfúgio numa modernidade cada vez mais fluídica, imediatista? 

- Seriam mesmo esses tempos modernos tão fluídicos assim, ao ponto de nos amoldar em horas intermináveis de trabalho, quando há leis que regem o trabalho?

Bom... É um caso a ser pensado. Bauman partiu, mas deixou-nos legado de sua vasta existência para que não perdêssemos “a arte das relações sociais e da amizade”.

Texto de Inajá Martins de Almeida